A comitiva brasileira que viajou ao Exterior para colher experiências de gestão e planejamento metropolitano, destinação de resíduos sólidos e recuperação e reestruturação de áreas degradadas, para projetos na Baixada Santista, chegou a Portugal no último dia 20 e foi recebida, ainda no aeroporto, por representantes da empresa Lipor – entidade responsável pela gestão, valorização e tratamento dos resíduos sólidos urbanos produzidos por 8 municípios associados do Grande Porto: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.
Lixo incinerado Na cidade do Porto, 400 mil toneladas de lixo são incineradas por ano. Toda esta energia – que antes era perdida – atualmente é transformada em eletricidade para 15% dos cerca de 1 milhão de habitantes destas 8 cidades. Ou seja, com o resíduo produzido por um milhão de pessoas é possível fornecer energia para 150 mil habitantes. A Lipor é uma empresa 100% pública, formada somente por prefeituras. Um dos serviços mais importante da empresa é a incineração. E o objetivo é a minimização da deposição de resíduos em aterros sanitários. A planta Instalada em dois hectares de terreno – exigiu um investimento de 100 milhões de euros. Cada habitante desta região produz cerca de 1,4 kg de lixo/habitante/dia. Com toda esta tecnologia, o administrador da Lipor, Fernando Leite informa que o trabalho com a comunidade ainda é a ferramenta mais importante. “Somente com o apoio da sociedade, conseguimos há 12 anos resolver definitivamente o problema de lixo das prefeituras consorciadas”.
Instalações O engenheiro José Paulo Silva apresentou as instalações do Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto (Central de Valorização Energética – uma das 4 instalações geridas pela Lipor) localizada no município da Maia e que visa a valorização, na forma de energia elétrica, da fração de resíduos que não pode ser aproveitada por processos de compostagem (adubo) e reciclagem. O lixo depositado nas caçambas de coleta seletiva vai para o Centro de Triagem Lipor onde o material é triado, acondicionado e enviado para diversas usinas recicladoras. A coleta é feita pelas prefeituras, após seleção feita pela população.
Não reciclável O material não reciclável vai para a Central de Valorização e lá passa por diversos processos (desde a recepção dos resíduos na fossa, combustão de resíduos (incineração feita pela empresa Martin GmbH à 1115ºC), adicionamento de uréia líquida, pulverização de leite em cal (na área do reator para diminuir a acidez) até a adição de carvão ativado para reduzi toxinas (no filtro de mangas).
Tratamento de gases Todo o lixo ainda passa pela extração de escórias e ferrosos e depuração (tratamento de gases). Após todo este processo, as escórias restantes são encaminhadas para a fossa dos rejeitados. Estes subprodutos servem como sub-base para a pavimentação de estradas. ASPAS: “O interessante é agregar conhecimentos para que produzamos menos lixo e reciclemos cada vez mais.” Antonieta, prefeita de Guarujá
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