Cidade da Baixada Santista completa neste domingo 74 anos de emancipação político-administrativa
Da redação
Publicado em 06/04/2023, às 13h33 - Atualizado em 09/04/2023, às 08h54
Neste domingo, 9 de abril, além da Páscoa, os cubatenses comemoram o aniversário de Cubatão. A cidade da Baixada Santista completa 74 anos de emancipação político-administrativa.
Com uma população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2021 de 132.521 habitantes, a cidade localizada no sopé da Serra do Mar é de suma importância para a economia da Baixada Santista e também do Brasil, devido a seu Polo Industrial, que reúne empresas de cinco grandes setores: petroquímico, siderúrgico, químicos, fertilizantes e logística.
Mas fato é que a história de Cubatão remonta desde muito antes da chegada dos colonizadores ao Brasil.
Estudos indicam que os primeiros habitantes de Cubatão viveram naquela região há mais de cinco mil anos. Quando os colonizadores chegaram ao litoral paulista, em 1532, encontraram nos sambaquis restos mortais e instrumentos como pontas de flechas. Para quem não sabe, os sambaquis são formações constituídas em grande parte de conchas de moluscos, formadas ao longo de milhares de anos pelas populações que habitavam regiões litorâneas. Essas conchas eram descartadas após o consumo dos moluscos, formando imensas montanhas.
Aliás, em Cubatão há o Parque Ecológico Cotia-Pará, dentro dos limites da Mata Atlântica. Lá existem dois sambaquis, sendo que um deles é considerado o terceiro maior do mundo, com 20 metros de altura, chamado de Sambaqui Cotia-Pará 2.
Para quem ficou curioso e quer visitar o parque, ele está localizado na altura do km 56 da Via Anchieta, com acesso pela pista Capital-Baixada Santista. O parque é aberto para visitação de terça a domingo, independentemente de feriados e pontos facultativos, das 8h às 17h.
Já nos tempos da colonização portuguesa, Cubatão era um local de passagem, uma parada antes de se encarar o desafio de subir a Serra do Mar, em direção ao Planalto Paulista.
Mais tarde, já no século XVIII, tem origem o chamado Porto Geral de Cubatão. Ali as mercadorias chegavam em balsas e eram repassadas para o lombo de mulas que iriam subir a Serra do Mar em tropas. Em volta do Porto Geral formou-se um povoado, que chegou a ser elevado à categoria de município, entre 1833 e 1841, mas que depois foi anexado a Santos.
Após aquele povoado ter sido anexado a Santos, houve um período de estagnação até meados da década de 1920, quando começaram as obras da Usina da Light e da Companhia Santista de Papel.
Na década de 1940, mais uma obra dá impulso àquelas bandas: o início da construção da Via Anchieta.
Em 1º de janeiro de 1949, Cubatão obtém a sua emancipação político-administrativa em relação a Santos. O primeiro prefeito da cidade assume em 9 de abril daquele mesmo ano, daí o motivo da data ser o dia em que se comemora o aniversário de Cubatão.
Mas a evolução da cidade não para por aí. Na década de 1950 é inaugurada a Refinaria Presidente Bernardes e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa, atual Usiminas).
O desenvolvimento industrial de Cubatão aconteceu rapidamente, em termos históricos, mas nenhum plano orientou a instalação do parque industrial da cidade. Isso, com o passar dos anos, acarretou diversos problemas de ordem ambiental, como a poluição da água e do solo. A cidade chegou a ser conhecida como “Vale da Morte”.
Um dos capítulos mais tristes da História de Cubatão é a tragédia da Vila Socó. Em 24 de fevereiro de 1984, um incêndio causado por um vazamento de combustíveis de oleodutos que ligavam a Refinaria Presidente Bernardes ao terminal da Alemoa, em Santos, provocou a morte de 93 pessoas que moravam no local, a atual Vila São José.
As chamas surpreenderam os moradores durante a noite, quando muitos já dormiam. As residências de madeira contribuíram para que o fogo se alastrasse rapidamente. O número oficial de 93 mortos é algo contestado até hoje. Entidades que representam as famílias de vítimas da tragédia chegam a falar em 500 mortos no total.
Nos dias atuais, a administração municipal de Cubatão mantém uma série de ações voltadas à preservação do meio ambiente. Conheça algumas:
Ecobarreiras
O projeto Ecobarreiras Vale da Vida combate o problema do lixo do mar e mangues. Ele tem como objetivo o combate ao lixo do mar e do manguezal por meio da instalação de ecobarreiras no rio Casqueiro, para conter os resíduos flutuantes. Com o movimento das marés, os resíduos são depositados nas margens do rio e dos mangues, e as ecobarreiras servem de contenção, facilitando a coleta desse material pelos barcos.
Agenda 2030/Condema
Cubatão conta com a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema) e a Agenda 2030, ambas com ampla participação do setor industrial da cidade.
A Agenda 2030 apresenta metas norteadoras e perspectivas definidas pela ONU para atingir a dignidade e a qualidade de vida para todos os seres humanos do planeta, sem comprometer o meio ambiente, e, consequentemente, as gerações futuras.
Logística reversa e coleta seletiva
A logística reversa tem o objetivo de reduzir o descarte incorreto e seu impacto no meio ambiente, fazendo com que a empresa destine o resíduo para locais que são responsáveis pela reciclagem ou reutilização desse material.
Em Cubatão, as empresas ou estabelecimentos precisam ter um programa de logística reversa, podendo ser realizada pela própria empresa, parceria com cooperativas ou empresas especializadas nesse segmento, além de ter que realizar a educação ambiental com cartazes e informativos para a população saber que podem realizar o descarte correto naquele local.
O Portal Costa Norte presta a sua homenagem a essa cidade guerreira do litoral paulista, que com a força do seu povo ergueu uma força econômica em meio a um cenário idílico proporcionado pela Serra do Mar. Parabéns!
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