Cetesb multa Localfrio em R$ 10 milhões

*Foto: JCN

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a Localfrio S.A. Armazéns Gerais Frigoríficos em R$ 10milhões, por emitir poluentes (gases tóxicos) na atmosfera, em decorrência do incêndio iniciado na quinta-feira,14, em Guarujá, e só extinto 50 horas depois.

Segundo o relatório dos técnicos da Cetesb, a ruptura de um contêiner com  20 toneladas do produto dicloroisocianurato de sódio dihidratado permitiu a entrada de água das chuvas, que, numa reação química, causou o incêndio. O fogo atingiu 66 contêineres com produtos químicos (dicloroisocianurato de sódio, nitrato de potássio, herbicidas, inseticidas, resinas, óleo isolante e outros).

Ainda segundo o órgão ambiental, a fumaça tóxica atingiu moradores, obrigados a deixar suas casas dos bairros vizinhos ao terminal da empresa dos municípios de Guarujá, Santos, São Vicente e Cubatão. Foram registrados 175 casos de atendimento nos centros médicos e uma mulher morreu. A interrupção da travessia das balsas marítimas Santos/Guarujá e o fechamento do porto (canal de navegação) e de estabelecimentos comerciais e industriais da região também trouxeram prejuízos à população. A empresa também deverá cumprir diversas exigências, entre elas, a de revisar seus planos de ação de emergência e gerenciamento de riscos. O anúncio foi feito na sexta-feira, 22.

Mulher morre em decorrência do acidente

No início da noite de quarta-feira, 14, durante o acidente, a prefeitura de Guarujá divulgou que “apesar do transtorno, as vítimas não correm risco de morte”. Até aquele momento, 39 pessoas haviam dado entrada nas unidades de atendimento de emergência da cidade. No entanto, esta semana, foi anunciada a morte de Leia Magalhães de Maria, de 68 anos. Na terça-feira, 19, a Secretaria de Saúde do município divulgou nota na qual afirma que “a munícipe não passou em nenhuma das unidades de pronto atendimento (UPAs) referenciadas para o atendimento da ocorrência”.

Na tarde de quarta-feira, 20, a Secretaria Municipal de Saúde colocou em prática o novo plano de atenção às pessoas atingidas pela fumaça provocada pelo acidente. Foi divulgado que neste sábado e domingo, 23 e 24, durante o mutirão de combate à dengue no bairro Paecará, em Vicente de Carvalho, 100 agentes comunitários de saúde e 60 agentes do controle de endemias aproveitarão o serviço de mobilização casa a casa para preencher uma ficha de ocorrência, caso alguém tenha apresentado sintomas em função da fumaça no período do incêndio ou posteriormente.

A secretária interina de Saúde Paula Escudeiro explicou: “Com as fichas dos moradores e as fichas dos pacientes que buscaram a rede municipal, convênio e particular, no período do incêndio, vamos monitorar os casos, numa sala de situação montada dentro da Secretaria de Saúde. Precisamos saber as consequências, assim como os locais que foram mais afetados. Estamos montando uma classificação de risco e um protocolo de atendimento para esses pacientes”.