MUNDO ANIMAL

Verme cabeça-de-martelo invade quintal de casa no litoral de SP

Planária da espécie Bipalium é capaz de se multiplicar ao ser cortada ao meio e pode causar desequilíbrio ecológico, diz biólogo

Lenildo Silva
Publicado em 05/06/2024, às 16h53 - Atualizado às 17h18

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Espécie é nativa do sudeste asiático, mas se espalhou pelo mundo por navios - Imagem: arquivo pessoal/Edgar Elvis
Espécie é nativa do sudeste asiático, mas se espalhou pelo mundo por navios - Imagem: arquivo pessoal/Edgar Elvis

Um verme identificado como uma planária, da espécie Bipalium sp, conhecida popularmente como "verme cabeça-de-martelo", por causa do formato característico de sua cabeça, foi encontrado no quintal de uma casa, em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. A imagem foi compartilhada nas redes sociais pelo morador, que afirmou nunca ter visto a espécie. “Este bicho está aparecendo no meu quintal. É uma minhoca com cabeça de martelo. Nunca tinha visto. Parece verme”, escreveu.

Procurado pela reportagem, o biólogo Fabiano Soares, especialista em comportamento animal, bioquímica e saneamento urbano, explicou que a Planária Bipalium é um platelminto que pode se transformar em múltiplos indivíduos quando cortada. “Ela pode ser um problema, porque é um verme predador que se alimenta de minhocas, lesmas, caracóis e larvas, afetando o equilíbrio do solo”, disse Soares.

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Segundo o biólogo, a Panária Bipalium pode variar de 2,5cm a 40cm de comprimento e é comum em áreas úmidas, como banheiros e áreas de serviço. Acredita-se que a espécie seja nativa do sudeste asiático, mas foi espalhada quando trazida em navios e, hoje, pode ser encontrada em vários locais do mundo.

Ainda de acordo com o especialista, a capacidade de regeneração do verme é um dos fatores que dificultam o controle. Quando cortado, cada pedaço pode se transformar em um novo indivíduo. Essa característica, somada à reprodução por divisão binária, contribui para a rápida proliferação da espécie.

Eliminação do verme

Soares recomenda que, ao encontrar o verme, as pessoas devem removê-lo com uma pazinha ou luvas e colocá-lo em um recipiente com álcool, água sanitária ou em uma mistura de sal e vinagre para descarte seguro. É importante também limpar o local onde o verme foi encontrado, preferencialmente, com água sanitária. Além disso, o biólogo recomenda notificar o caso aos agentes de combate a zoonoses ou à Secretaria de Meio Ambiente da cidade.

Lenildo Silva

Lenildo Silva

Cursa jornalismo na Faculdade Estácio

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