BOTO-CINZA

Golfinhos são encontrados mortos na praia Martim de Sá, em Caraguatatuba (SP)

Dois animais foram encontrados sem vida na areia da praia nos últimos dias

Da redação
Publicado em 19/09/2022, às 17h50

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Dois golfinhos da espécie boto-cinza (sotalia guianensis) foram encontrados encalhados e mortos na praia de Martim de Sá, em Caraguatatuba Golfinhos são encontrados mortos na praia Martim de Sá, em Caraguatatuba (SP) golfinhos da espécie boto-cinza - Foto: Instituto Argonauta
Dois golfinhos da espécie boto-cinza (sotalia guianensis) foram encontrados encalhados e mortos na praia de Martim de Sá, em Caraguatatuba Golfinhos são encontrados mortos na praia Martim de Sá, em Caraguatatuba (SP) golfinhos da espécie boto-cinza - Foto: Instituto Argonauta

Dois golfinhos da espécie boto-cinza (sotalia guianensis) foram encontrados encalhados e mortos na praia de Martim de Sá, em Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo.

O Instituto Argonauta informou que recebeu, nos últimos dias dois, acionamentos sobre golfinhos na praia.

A equipe que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) recolheu os animais que foram encaminhados para análise e necropsia. A duas carcaças foram levadas para a Unidade de Estabilização (UE) de São Sebastião onde foram realizados exames e coleta de materiais com a finalidade de esclarecer as possíveis causas da morte e ampliar o conhecimento sobre essa espécie na região.

O primeiro golfinho, encontrado no dia 15, se tratava de um macho juvenil. A princípio os técnicos identificaram diversas marcas no animal o que demonstra a possibilidade de interação com apetrecho de pesca (redes). Após as análises clínicas realizadas os médicos veterinários confirmaram que o animal morreu por afogamento, muito provavelmente ocasionado por interação antrópica.

Já na ocorrência do dia 18, também foram verificados sinais de agressão por objeto cortante, mas só após a necropsia e outras análises será possível inferir o que causou.

O caso do golfinho morto por afogamento, assim como outros já atendidos pelo Instituto Argonauta chamam a atenção para a pesca incidental ou bycatch, termo em inglês, usado para definir as espécies que são capturadas nas pescarias, mas não são alvos.

O animal acaba ficando preso na rede e como golfinhos e tartarugas precisam subir à superfície para respirar, eles acabam morrendo afogados. Outra questão ambiental também conhecida é a pesca fantasma ou ghost fishing em inglês, quando equipamentos como redes de pesca, linhas, anzóis, arrasto, entre outros apetrechos utilizados na captura de animais marinhos são abandonados, descartados, perdidos ou esquecidos no mar.

A pesca fantasma ameaça baleias, focas, tartarugas, golfinhos, peixes e crustáceos que acabam morrendo por afogamento, sufocamento, estrangulamento e infecções causadas pela interação com esse tipo de equipamento.

Segundo o relatório da World Animal Protection, a pesca fantasma já afetou 45% dos mamíferos marinhos presentes na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, sigla em inglês.

O Instituto do Argonauta que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atua na reabilitação dos animais encontrados debilitados e necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas tais como pesca, embarcações e óleo dos animais encontrados mortos.

Além disso, desenvolve em parceria com o Aquário de Ubatuba e outras instituições locais, diversas campanhas e atividades para chamar a atenção e sensibilizar a população sobre os impactos que os resíduos de origem antropogênica causam na vida marinha.

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