ENQUADRO DO TERROR

Caraguatatuba | Jornalista denuncia abordagem truculenta da PM em Olaria: 'preconceito racial'

Fátima Marques e filha digital influencer, ambas negras, relataram a abordagem truculenta de equipe policial nas redes sociais e atribuíram a racismo, “sendo tratadas como bandidas”

Da redação
Publicado em 23/04/2021, às 09h21 - Atualizado às 14h42

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Caraguatatuba | Jornalista denuncia abordagem truculenta da PM em Olaria: 'preconceito racial' - Arquivo pessoal
Caraguatatuba | Jornalista denuncia abordagem truculenta da PM em Olaria: 'preconceito racial' - Arquivo pessoal

Uma jornalista de Caraguatatuba registrou uma queixa nas redes sociais depois de sofrer uma abordagem truculenta da Polícia Militar na sexta-feira (16), Fátima marques afirma que teve uma arma apontada para a cabeça e que foi vítima de preconceito racial.

Fátima contou que ela e a filha digital influencer, ambas negras, estavam no bairro Olaria realizando um procedimento capilar, por volta das 21h, e chamou um motorista por aplicativo para voltar para seu bairro de origem, quando levaram um susto com a abordagem da polícia.

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De acordo com o relato da vítima, durante o trajeto o motorista estava correndo um pouco, e próximo ao fórum o motorista entrou na avenida Brasil, e uma viatura do tático da PM foi atrás do motorista e fez a abordagem fechando o carro, Fatima diz que foram ríspidos na abordagem, apontando arma e aos gritos, mandando as duas sair do carro.

“Ficamos assustadas com o procedimento da abordagem. Pensamos que o motorista do aplicativo poderia ter problemas com a justiça, que pudesse ser bandido foragido e muitos outros pensamentos passaram por nossas cabeças, os policiais desceram da viatura perguntando em voz alta, quase um grito, se o motorista era Uber, e com a resposta afirmativa dele, ordenaram rispidamente para que eu e minha filha desembarcássemos do carro”, desabafou.

A Jornalista ainda acrescenta que quatro policiais sem máscara e com armas em punho a cercaram e as indagaram se eram do bairro Olaria.

“Neste momento percebi que o carro foi abordado por estar vindo do bairro Olaria e ter duas mulheres negras em seu interior. Respondi que estava vindo de um salão que fica no bairro Olaria, o policial indagou sobre minha ocupação, o que éramos uma da outra, quando fui responder, o policial começou a se aproximar de mim para intimidar e eu disse pra ele se afastar, então ele disse que era para falar e responder somente o que ele havia perguntado, sempre com o tom de voz elevado e ríspido”, disse.

A filha de Fátima ficou em estado de choque durante toda a abordagem e não parou de chorar até cegar em sua casa.

“Já fomos abordadas por policiais em blitz, mas nunca passamos por tamanho terror da forma como ocorreu hoje, com armas em punho e sendo tratadas como bandidas. O que me dói é a discriminação, que só aconteceu porque eu e minha filha somos negras e estávamos vindo da Olaria.

Fomos abordadas dentro de um carro de aplicativo, não estávamos andando na rua, não fizemos nada para sermos tratadas da forma que ocorreu. Eu sei que este é o trabalho deles, mas eles têm que saber o que estão fazendo, e não sair abordando cidadãos de bem tratando todos como bandidos”, encerrou a jornalista.

Resposta da Polícia

O comando do 20º BPMI-1, de São José dos Campos, informou que, até o momento, Fátima não procurou nenhuma unidade da PM para formalizar sua reclamação. "Ainda aguardando maiores informações, a Polícia Militar reforça que não compactua com ações indevidas, e que todo ato irregular praticado por qualquer policial, quando confirmado, é devidamente apurado de acordo com as normas vigentes".

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