NÃO É UM CASO ISOLADO

Aluna é chamada de fedorenta por colegas de sala e denuncia racismo no litoral de SP

Caso aconteceu na Escola Estadual Benedito Paes Sobrinho, de Caraguatatuba e segue sendo apurado

Catarina Del Corso
Publicado em 19/08/2022, às 22h19 - Atualizado em 20/08/2022, às 09h23

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Escola Estadual Benedito Paes Sobrinho que fica no bairro Perequê Mirim; estudantes contam que essa não é a primeira vez que o crime acontece nas dependências da unidade de ensino Escola Estadual Benedito Paes Sobrinho Fachada de uma escola com árvores na  - Reprodução
Escola Estadual Benedito Paes Sobrinho que fica no bairro Perequê Mirim; estudantes contam que essa não é a primeira vez que o crime acontece nas dependências da unidade de ensino Escola Estadual Benedito Paes Sobrinho Fachada de uma escola com árvores na - Reprodução

Uma aluna do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Benedito Paes Sobrinho, de Caraguatatuba, litoral de São Paulo, situada no bairro Perequê Mirim, foi vítima de racismo dentro de sala de aula e passou por constrangimento ao ter seu nome relacionado como ‘pessoa com cheiro forte e fedorenta’.

A denúncia foi divulgada por uma testemunha que preferiu não se identificar, mas alega que essa não é a primeira vez que o crime acontece na sala. Há três meses, em maio, outro ato de racismo foi registrado na escola.

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“A aluna é muito atuante na unidade escolar, participa do Grêmio Estudantil e está sempre pronta para ajudar seus colegas”, contou a testemunha, da qual reforça que a direção não realizou nada para solucionar a situação.

Uma plenária foi marcada com os alunos em questão e seus responsáveis, porém, foi considerada por alguns alunos como ‘ato simbólico’, por isso, marcaram um ato de repúdio na própria escola.

“Os estudantes marcaram um ato de repúdio contra o racismo, realizado na última quarta-feira (17) com camisetas pretas, mas não houve mais providências [...] sempre acabam ‘abafando’ o fato”, acrescentou.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) disse ao Portal Costa Norte por meio de nota, que repudia todo tipo de discriminação dentro e fora do ambiente escolar e aproveitou para reforçar que assim que soube do ocorrido, a gestora da unidade chamou a atenção dos estudantes envolvidos e de seus responsáveis para uma conversa.

“Foi agendada uma Assembleia Geral do Grêmio Estudantil na unidade, com a participação de todos os gremistas, estudantes, professores e gestores para relatar o ocorrido. Todos tiveram a oportunidade de fazer questionamentos e entender quais ações estavam sendo tomadas pela direção para solucionar o caso”, afirmou.

A Seduc-SP também se colocou à disposição da estudante e afirmou o compromisso de que, mediante autorização dos responsáveis, possa atender a aluna pelo Programa Psicólogos na Educação.

“O caso será inserido na Plataforma Conviva SP - Placon, que acompanha o registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino. A unidade e a Diretoria de Ensino de Caraguatatuba estão à disposição da comunidade escolar e autoridades para esclarecimento dos fatos”, finalizou.

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