Rapaz de 21 anos perdeu a vida em acidente fatal de moto. Sem conter a emoção, mãe diz acreditar que acidente foi causado por inexperiência na direção e descreve o filho como estudioso, trabalhador e caseiro. "A família está dilacerada. Eu tenho certeza, conhecendo meu filho, que ele não estava fazendo manobra nenhuma”
Da redação
Publicado em 28/04/2023, às 09h13 - Atualizado em 01/05/2023, às 08h26
A mãe do jovem de 21 anos, Vitor Lima, morto em um acidente de moto em uma via com limite de 40 km/h em Bertioga na madrugada de segunda (24), disse acreditar que ele tenha perdido o controle do veículo por inexperiência e se emocionou ao relembrar do filho.
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“Eu tenho certeza, conhecendo meu filho, ele não estava fazendo manobra nenhuma. Ele era muito caseiro, totalmente família. Foi uma fatalidade”, declarou ontem (27), em entrevista ao Portal Costa Norte, a cozinheira de 48 anos Alessandra Santos.
Sem conter as lágrimas, ela disse que a família está traumatizada pela perda repentina de Vitor que planejava se casar no próximo ano. “A família está dilacerada. A noiva dele mal consegue falar. O pai dele está muito abalado. A impressão que dá é que a qualquer momento ele vai chegar em casa. Eu não consigo entrar no quarto dele. Tá fechado, não consigo entrar. O uniforme dele do trabalho tá exatamente do jeito que ele deixou no sábado. Eu não consigo mexer. Eu não consigo acreditar que meu filho foi embora”.
Analista de sistemas, Vitor morava com a mãe Alessandra e seu pai, o profissional de manutenção urbana Wilson Lima de 58 anos, no Maitinga, a cerca de 3 km do centro de Bertioga. Segundo informações da ocorrência, após sofrer um acidente de moto às 5h da manhã na avenida Tomé de Souza, às margens da praia de Enseada, ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu no Pronto Socorro de Bertioga.
Alessandra soube do acidente envolvendo o filho cerca de meia hora depois e relata ter estranhado. “Eu recebi o telefonema do Samu às 5h30 da manhã. Perguntaram se eu podia comparecer ao pronto socorro que meu filho tinha se envolvido num acidente de moto. Eu ainda falei ‘deve ser um engano porque meu filho saiu de casa de carro’. Quando eu cheguei lá, eu fui informada... Foi como se tivessem arrancado meu coração pra fora do peito. Meu filho era tudo”.
Vitor não era proprietário do veículo em que estava quando se acidentou e tinha pouca experiência na direção de motocicletas, explica Alessandra. “Ele e a noiva tinham saído, e ele encontrou com o dono da moto que é um amigo dele. Era uma moto que ele tinha a intenção de comprar e ele foi testar. Ele era tão prudente que não deixou a noiva subir na moto com ele porque só tinha um capacete. Ele tinha habilitação de carro há três anos, ele dirigia [pela cidade de] São Paulo inteira, mas de moto ele pegou a habilitação agora, mês passado”.
A cozinheira afirma ter sido informada por uma pessoa que estava no local na hora do acidente que logo após dar a partida na moto Vitor perdeu o controle do veículo. "Ele subiu na moto e imediatamente a moto arrancou. Foi uma questão de cinco minutos entre subir na moto e bater num poste. Ele deve ter se perdido; em vez de frear, acelerou”.
Segundo a Secretaria de Segurança e Mobilidade de Bertioga, o limite de velocidade na avenida onde Vitor morreu é de 40 km/h e há sinalização na via. A versão policial, registrada como homicídio culposo na direção de veículo, não aponta outros envolvidos no acidente além de Vitor.
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Alessandra afirma acreditar que o filho tenha perdido o controle do veículo sem querer, por inexperiencia. “Todos os amigos, parentes que conheceram o Vitor, acham que ele deve ter se perdido [na direção] porque era a primeira vez que ele ia pilotar uma moto. Ele não tinha experiência nenhuma.”
Por enquanto, não há outras informações oficiais sobre as circunstâncias da tragédia. Segundo a ocorrência, a motocicleta foi encaminhada ao pátio da Delegacia de Bertioga para ser periciada.
Vitor foi sepultado na manhã de terça (25) no Cemitério Municipal de Bertioga. Alessandra afirma que especulações sobre as causas do acidente que pululam nas mídias sociais atentam contra a memória do filho.
“Ele não tinha inimigos. Quem conhecia gostava dele. Ele preferia estar junto comigo, com o pai, com os amigos dentro de casa do que estar na rua. Muito caseiro. Era um excelente aluno na escola, um excelente funcionário na empresa onde trabalhava. Foi o primeiro emprego dele, ele entrou lá ao completar 18 anos e ficou. Tinha acabado de receber uma promoção pra engenharia. Ele estava cheio de planos. Ela e a noiva estavam fazendo planos pra dar entrada num apartamento e se casarem ano que vem”.
Aos prantos, ela lamentou a perda precoce. “É muito...É como se acabasse a minha vida. A partir do dia que ele se foi, a palavra amor pra mim não começa mais com A, começa com V de Vitor porque meu filho era puro amor. Era meu parceiro. Vou te amar além da vida”, diz ela, antes de ficar em silêncio.
Uma missa de sétimo dia em homenagem ao jovem está programada para o próximo domingo (30), às 19h, na Paróquia São João Batista na região central de Bertioga.
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