O OUTRO LADO

Mãe de criança morta em acidente desmente boatos e dá sua versão dos fatos

Caso repercutiu nacionalmente esta semana. Mãe nega que padrasto tenha dito que a criança estava dormindo, afirma que ele ajudou no socorro e reclama de linchamento virtual

Da redação
Publicado em 15/07/2022, às 15h08 - Atualizado às 18h07

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Criança de dois anos faleceu após um acidente de trânsito Criança que faleceu Criança com roupa da minnie e sentada - Reprodução
Criança de dois anos faleceu após um acidente de trânsito Criança que faleceu Criança com roupa da minnie e sentada - Reprodução

O caso de uma criança de dois anos de idade, que morreu no último dia 9 de julho no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, após sofrer um acidente de carro no dia 27 de junho em Bertioga, no litoral paulista, viralizou na imprensa nacional esta semana.

O motivo de tanta repercussão foi a divulgação de que o padrasto da menina, que conduzia o veículo no momento do acidente, teria entregado a criança à mãe dizendo que ela estava “apenas dormindo”, fato este negado pela mãe.

Após a grande repercussão, a mãe da criança, ainda em luto, vem sofrendo com ataques e comentários condenatórios nas redes sociais. Ela afirma que as notícias sobre o caso foram divulgadas de forma errônea, levando a população a crer que ela teria sido negligente ao deixar a criança sob os cuidados do padrasto. 

Nesta quinta-feira (14), a mãe da criança, Alessandra Rosane Elizeu de Mattos, em depoimento prestado na Delegacia de Polícia Sede de Bertioga, disse que vive com uma pessoa de nome “Gian Gabriel Ferreira da Cruz Fraga” e que, no dia 27 de junho, “Gian” saiu de casa com um carro emprestado, levando consigo a enteada. Segundo Alessandra, ele se apresentava tranquilo e sem nenhuma alteração comportamental.

Após aproximadamente meia hora depois da saída, “Gian” teria retornado para casa de carona com um desconhecido, que o teria ajudado após o acidente. A menor estava desacordada no interior deste veículo. Neste momento, o padrasto teria dito que a criança estava bem, mas a mãe logo percebeu que havia algo de errado, pois a menina estava desacordada, mesmo que não fosse possível visualizar lesões.

Ainda segundo o depoimento de Alessandra, “Gian” teria dito que foi para casa buscar os documentos e a própria Alessandra. Logo após, ambos levaram a menor para o Hospital de Bertioga, onde a equipe médica informou à mãe que o caso era grave e que a criança seria transferida para o Hospital Santo Amaro, em Guarujá.

A menina ficou internada no local por 13 dias, e veio à óbito em 9 de julho. A causa da morte, segundo o hospital, teria sido “hemorragia cerebral e traumatismo crânioencefálico”.

Alessandra encerra seu depoimento à polícia dizendo que não vive mais com “Gian” e que está sendo hostilizada nas redes sociais e imprensa em geral. Ela relatou também que perguntou a “Gian” sobre as circunstâncias do acidente, e que este teria dito que a criança estava sentada no banco da frente, utilizando o cinto de segurança, e que, em certo momento, durante um declive, a menor teria destravado o cinto e se levantado no banco. 

O padrasto contou à Alessandra também que, ele tentou segurar a criança, mas acabou perdendo o controle do carro e colidiu contra um poste. 

Alessandra afirmou ainda que se relacionava com o padrasto da menor há um ano e que a menina o tratava como pai, pois o pai biológico é falecido. 

A indignação de Alessandra deve-se em muito ao fato de que vários veículos de imprensa teriam manipulado informações para que parecesse que a mãe da criança teria acolhido em seu lar um “traficante” e que teria sido relapsa ao deixar a filha sair de carro com ele. Ela alega que o padrasto não possui nenhuma condenação em sua ficha criminal.

A mulher também nega informações divulgadas de que, após a internação da menina no hospital de Guarujá, teria havido uma discussão entre ela e o padrasto e que este estaria foragido. 

Alessandra estaria inclusive receosa por sua integridade física devido ao “linchamento” moral do qual tem sido vítima, principalmente por alguns veículos de comunicação terem divulgado que não havia sido prestado socorro à criança, o que ela nega veementemente. Ela também negou que o padrasto tenha dito em algum momento que a criança estava “dormindo”, fato amplamente divulgado na mídia. 

Em boletim de ocorrência registrado em 9 de julho, em Guarujá, foi comunicado que a mãe da criança informou aos policiais militares no Hospital de Bertioga que o padrasto não era habilitado, fato confirmado por meio dos sistemas policiais. 

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