NEGLIGÊNCIA MÉDICA

Criança nasce com clavícula quebrada após maus-tratos de médico durante parto no litoral

Hoje a menina está com 1 ano e 5 meses de idade e a clavícula continua quebrada, porém a criança está crescendo e o osso está acompanhando o crescimento na direção contrária, para fora; O médico citado não integra mais o quadro da unidade hospitalar

Thalita Ferreira
Publicado em 24/02/2022, às 11h52 - Atualizado em 26/05/2022, às 08h36

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Durante o parto, o bebê teve dificuldade na passagem pela pelve da mãe Criança nasce com clavícula quebrada após maus-tratos de médico durante o parto, em Bertioga Criança de lado, mostrando o braço que não consegue esticar e o osso saltado nas costas - Arquivo pessoal
Durante o parto, o bebê teve dificuldade na passagem pela pelve da mãe Criança nasce com clavícula quebrada após maus-tratos de médico durante o parto, em Bertioga Criança de lado, mostrando o braço que não consegue esticar e o osso saltado nas costas - Arquivo pessoal

Uma mãe que deu à luz no dia 8 de setembro de 2020, no Hospital Municipal de Bertioga, fez uma denúncia ao Portal Costa Norte, relatando maus-tratos pelo obstetra durante o parto, o que resultou na quebra da clavícula da bebê. 

De acordo com a mãe, o médico a destratou desde o início do trabalho de parto. Ela afirma que o parto estava programado para ser cesárea, pois, mesmo tendo 9 dedos de dilatação, a criança não tinha espaço para passar entre a pelve, mas, mesmo ciente desta informação, o médico ignorou o fato e realizou parto normal. 

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Durante o parto, o bebê teve dificuldade na passagem pela pelve da mãe. Ela afirma ter feito tanta força a ponto de ter defecado no médico, que a acusou de ser culpada pela complicação devido à falta de força realizada.

"Quando eu olhei pra ele pensei: ‘Meu Deus, eu caguei o médico todo, que vergonha'", disse a mãe.

Devido à dificuldade, o médico precisou forçar o parto puxando a criança pelo braço, movimento esse que resultou na quebra da clavícula da criança, e além disso resultou em um rasgo enorme na vagina da mãe, que teve que levar 26 pontos. "Eu senti ele colocando a mão dentro de mim e puxando ela pelo bracinho", conta.

Após o parto o médico maltratou a mãe novamente. Quando foi limpá-la, ela afirma que se sentiu um lixo, pois ele a limpava com ódio. "Eu o escutava falar pra enfermeira jogar água no buraco para limpar, depois ele veio com a mão e começou a mexer. Eu sentia muita dor, ele parecia que estava mexendo em um balde com água e sabão. Quando eu perguntava o que estava fazendo ele respondia com grosseria: ' limpando, tem que te limpar'", conta a mãe.

Depois de levar os 26 pontos a mãe foi para o quarto com a filha, mas de acordo com ela o médico nem passou no quarto para examiná-las. Apenas na troca de plantão que outro médico passou por lá e disse que estava tudo bem, mas era para ela prestar atenção nos próximos dias.

Hoje a menina está com 1 ano e 5 meses de idade e a clavícula continua quebrada. A criança está crescendo e o osso está acompanhando o crescimento na direção contrária, para fora. Além disso, ela não consegue esticar o braço (direito) e o esquerdo está começando a ser afetado.

A mãe também teve sequelas, ela afirma que desde o parto sente uma dor insuportável nas costas e abdômen. 

A mãe afirma ainda que conhece outras mães que também já foram maltratadas pelo mesmo médico e já o processaram, mas nada é feito e o médico continua trabalhando no Hospital de Bertioga e maltratando várias mães antes, durante e depois do parto.  

Atualmente a mãe está desesperada e preocupada com a situação com a filha, "Só quero que ela passe logo no médico, não quero mais nada".

A menina precisa passar urgentemente com um ortopedista pediátrico para saber se será necessário fazer cirurgia para correção do osso ou apenas fisioterapia, mas para ser atendida nessa especialidade ela só consegue em clinicas particulares de São Paulo. “A consulta particular eu consigo me virar e pagar, mas o transporte até lá eu não tenho condições, estou desempregada”, declara a mãe.

O Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), responsável pela gestão do Hospital Municipal de Bertioga, informou em nota que a mãe citada é paciente do hospital, tendo realizado diversas consultas e tratamentos pela equipe multidisciplinar da unidade.

Informou ainda que o referido parto ocorreu na unidade, com a equipe de obstetrícia médica, e bebê e a mãe receberam todos os cuidados exigidos durante o procedimento e depois. A unidade se coloca à disposição da paciente e familiares para mais esclarecimentos e agendamento de eventuais consultas que se façam necessárias. O médico citado não integra mais o quadro da unidade. 

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