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Competidoras do litoral de SP ficam entre cinco primeiras em corrida no deserto do Atacama

Equipe de Bertioga conquistou 2º e 5º lugar em competição conhecida pela dificuldade. Uma delas superou competidoras com um terço de sua idade

Da redação
Publicado em 05/05/2022, às 16h48 - Atualizado em 06/05/2022, às 09h09

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Ilma (à esq.) e Alba Equipe do litoral de SP tem duas competidoras entre as 5 melhores em corrida no deserto do Atacama Atletas - Imagem: Reprodução / Acervo Pessoal
Ilma (à esq.) e Alba Equipe do litoral de SP tem duas competidoras entre as 5 melhores em corrida no deserto do Atacama Atletas - Imagem: Reprodução / Acervo Pessoal

Ilma Santos Oliveira, uma professora de educação física de 46 anos e Alba Lima Alves, uma empreendedora, ambas de Bertioga, no litoral de São Paulo, conquistaram, no último domingo (1), duas posições entre as cinco corredoras mais bem classificadas no Mountain Do Trail Run, uma corrida no deserto do Atacama, no Chile.

A prova, no deserto árido, alto e escaldante, é “um percurso duro, de alto nível técnico e com um grau máximo de exigência, preparo e condicionamento físico”, afirmam os organizadores, que, inspirados em competições europeias, realizam a corrida em paisagens tanto belas quanto desafiadoras desde 2003. De lá pra cá, o deserto quente do Saara e as montanhas frias da Patagônia já estiveram entre os cenários dos embates.

Competindo pela equipe independente Clube de Corrida Power Center, Ilma e Alba disputaram, respectivamente, os percursos de 42 km e de 23 km, no deserto chileno.

Ilma terminou a corrida em 4 horas e 52 minutos, e conquistou o 2º lugar entre todas as competidoras femininas. “Foi uma emoção muito grande, completei a prova sem acreditar no que estava acontecendo”, disse ao Portal Costa Norte nesta quinta (5).

“Eu fui pra completar, e foi uma surpresa. A gente se preparou. Bastante treinamento, com foco nas nossas provas que a gente tem aqui. Então surgiu o desafio da gente fazer essa prova no deserto do Atacama. É uma das provas mais difíceis do mundo, um ambiente muito árido”, explicou a professora.

“Foi um desafio tremendo que valeu muito a pena”, disse Alba, que conquistou o quinto lugar entre todas as competidoras ao concluir os 23 km em duas horas e 29 minutos.

Se o feito das corredoras no Atacama é grande por si só, um pormenor nada desprezível torna a conquista de Alba ainda mais surpreendente: ela tem 66 anos.

“Imagina, ela disputou com meninas de 20. Tinha gente de 21, 22 e ela ficar em quinto, com 66. Fiquei na linha de chegada filmando. Foi muito emocionante”, disse, com a voz embargada, a coordenadora de Marketing Keila Seidel, amiga e voluntária da equipe de apoio das atletas.

Entre as competidoras de sua faixa etária, com mais de 65 anos, Alba, que afirma ter começado a correr depois dos 55 anos para superar um trauma familiar, conquistou o 1º lugar com mais de meia hora de vantagem sobre a segunda colocada.

“Saí daqui pra participar, pra conhecer. Aí, quando eu cheguei lá, que eu vi aquele deserto, falei, eu não vou conseguir ganhar nada não”, relembra Alba, com bom-humor. “E aí, quando eu terminei a prova, a Keila estava lá, toda doída, já tinha preparado tudo. E aí, foi muito bom, me emocionei, chorei muito, agradeci a Deus, agradeci a eles todos, me pegaram no colo”.

Além delas, competiram pelo time os corredores Hugo Tomita, Renato Rossi e Manuelita Oliveira que, com apoio de Keila e Marinalva Coutinho, conseguiram completar a prova.

“Todos eles chegaram [concluíram a prova] e choraram, porque venceram os limites do próprio corpo. Isso é muito bonito de ver. Essa resiliência do atleta”, refletiu Keila, que voltou ao Brasil com os amigos na última quarta (4). 

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