Renata Sousa emociona jurados no Teatro Brás Cubas com uma poesia escrita por ela mesma durante 19º Concurso Estudantil de Poesia
A poesia da jovem Renata Souza, de 17 anos, moradora de Bertioga, conquistou a segunda colocação no 19º Concurso Estudantil de Poesia, que faz parte da programação do Festival de Cenas FESCETE. O evento de premiação reuniu artistas e estudantes da região no Teatro Brás Cubas em Santos, dia 30 passado
Renata é estudante de teatro há três anos no curso oferecido pela prefeitura no bairro Chácaras e decidiu participar do concurso com uma poesia forte, que aborda um tema considerado tabu, mas que atinge muitas famílias, o abuso sexual.
Ela fala da emoção em ser escolhida. “Eu fiquei muito feliz desde o dia em que os organizadores me ligaram para avisar que eu tinha passado no concurso. E o dia do evento para anunciar os vencedores foi ainda mais emocionante, pois eu não imaginava que também iria ganhar um troféu”.
A diretora de Cultura de Bertioga, Camila Quelhas, expressou sua emoção ao testemunhar o crescimento e o sucesso dos alunos em festivais renomados. “Essas conquistas comprovam que todo o trabalho desenvolvido pela prefeitura na área da cultura é com dedicação e excelência. Nossos alunos ajudam a elevar o nome da cidade e são orgulho para o município”, declarou.
“Você rasgou a minha inocência
E me fez sentir uma imensa dor.
Eu chorava todos os dias
E o medo de você só me consumia.
Eu queria desistir da minha vida
Porém, o anjo da guarda dizia:
“vai ficar tudo bem, estou aqui com você”.
Já os demônios diziam:
“vai lá sua inútil, tira sua vida”.
E eu lutava contra, para sobreviver
Todos os dias.
Para você era prazer me tocar, me apertar e me assediar,
Para mim não era mais do que me torturar.
Te pedia compaixão e olhando para sua cara,
Via você só rindo da minha situação.
Mais uma vez me taxaram como culpada
E a todo o momento me perguntavam
“naquele momento que roupa você usava?”
Eu era apenas mais uma criança,
Com a inocência roubada, cheia de traumas
E sua preocupação realmente era saber que roupa eu estava usando?
E no final aquele ciclo se repetia,
Eu era a culpada, e você a vítima.”