Entrega foi realizada por meio da CDHU na reserva indígena do Ribeirão Silveira, em Bertioga; das 30 casas de tipologia indígena em construção, 10 foram entregues a famílias da etnia guarani de cinco aldeias que compõem a reserva
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Habitação, entregou nesta terça-feira (2) 10 moradias a famílias da etnia Guarani que vivem em cinco aldeias da reserva indígena do Ribeirão Silveira, localizada entre Bertioga e São Sebastião, no litoral de São Paulo.
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A implantação do empreendimento chamado de “Bertioga E”, com 30 unidades, foi iniciada em outubro de 2021, com investimentos de R$ 3,8 milhões. No total, o convênio assinado com a prefeitura de Bertioga prevê a construção de 120 unidades nesta reserva indígena.
As casas, erguidas em alvenaria, possuem 46 m² de área construída com uma sala conjugada com a cozinha, dois dormitórios, área de serviço e varanda com fogão a lenha. A cobertura tem telhas de barro e as paredes internas são azulejadas.
O projeto arquitetônico foi desenvolvido especialmente pela CDHU com a participação das lideranças indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Foram realizadas diversas reuniões com a comunidade até o formato final, que atende aos anseios dos próprios moradores.
As moradias têm um formato ovalado, próprio da cultura guarani, que remete às casas de reza existentes nestas comunidades. A casa foi construída com piso elevado de madeira, estruturado por pilaretes de concreto, solução que viabilizou a implantação em local alagadiço, além de contribuir para o conforto térmico das residências pela troca de calor através da circulação de ar que ocorre abaixo das edificações.
Outra característica é a chaminé mais baixa que, por solicitação dos indígenas, foi instalada desta forma para que a fumaça possa adentrar a habitação, um costume indígena para espantar os insetos.
Já as fossas biodigestoras são responsáveis por tratar os efluentes que são despejados pela descarga através de diferentes processos. Por meio deste sistema, a água rica em nutrientes é dispersada no solo e drenada pelos círculos de bananeiras servindo de adubo.
A localização das casas é indicada pela própria comunidade, levando-se em conta a rede de parentesco entre as famílias. Foram priorizadas as áreas sem vegetação. Em 2006, essa mesma reserva indígena recebeu 59 unidades habitacionais.
As unidades já contam com rede de energia e abastecimento de água. O saneamento básico foi executado pela prefeitura de Bertioga e a Sabesp, com a instalação de um conjunto de fossas sépticas com filtragem e sumidouro para destinação ecológica do esgoto tratado para garantir a preservação do meio ambiente e a saúde dos indígenas.
A CDHU vem apresentando soluções habitacionais para as reservas indígenas desde 2001 por meio do Programa de Moradia Indígena, que visa à melhoria da qualidade de vida desta população. O objetivo é substituir a habitação precária por uma casa nova, com tipologias adequadas aos usos e hábitos culturais de cada etnia. Desde sua implantação, o programa já entregou 556 unidades novas em 15 aldeias do estado de São Paulo.
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O secretário de Estado da Habitação, Flavio Amary, e o presidente da CDHU, Silvio Vasconcellos, participaram do evento de entrega das casas na reserva indígena.
“Esse programa é um orgulho para a CDHU. Os investimentos são feitos a fundo perdido e atendem a uma causa muito especial: a preservação da cultura dos nossos ancestrais. Oferecemos habitações seguras e confortáveis, respeitando os hábitos de cada etnia”, afirmou Silvio Vasconcellos, presidente da CDHU.
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