PELA PRIMEIRA VEZ

Aldeia recebe casas de tipologia indígena no litoral de SP

Entrega foi realizada por meio da CDHU na reserva indígena do Ribeirão Silveira, em Bertioga; das 30 casas de tipologia indígena em construção, 10 foram entregues a famílias da etnia guarani de cinco aldeias que compõem a reserva

Lenildo Silva
Publicado em 02/08/2022, às 11h48 - Atualizado às 12h37

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Convênio assinado com a prefeitura de Bertioga prevê a construção de 120 unidades nesta reserva indígena Moradias indígenas - Divulgação CDHU
Convênio assinado com a prefeitura de Bertioga prevê a construção de 120 unidades nesta reserva indígena Moradias indígenas - Divulgação CDHU

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Habitação, entregou nesta terça-feira (2) 10 moradias a famílias da etnia Guarani que vivem em cinco aldeias da reserva indígena do Ribeirão Silveira, localizada entre Bertioga e São Sebastião, no litoral de São Paulo.

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A implantação do empreendimento chamado de “Bertioga E”, com 30 unidades, foi iniciada em outubro de 2021, com investimentos de R$ 3,8 milhões. No total, o convênio assinado com a prefeitura de Bertioga prevê a construção de 120 unidades nesta reserva indígena.

Convênio assinado com a prefeitura de Bertioga prevê a construção de 120 unidades nesta reserva indígena Moradias indígenas (Divulgação CDHU)

As casas, erguidas em alvenaria, possuem 46 m² de área construída com uma sala conjugada com a cozinha, dois dormitórios, área de serviço e varanda com fogão a lenha. A cobertura tem telhas de barro e as paredes internas são azulejadas.

O projeto arquitetônico foi desenvolvido especialmente pela CDHU com a participação das lideranças indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Foram realizadas diversas reuniões com a comunidade até o formato final, que atende aos anseios dos próprios moradores.

Aldeia recebe casas de tipologia indígena no litoral de SP Moradias CDHU (Divulgação CDHU)

As moradias têm um formato ovalado, próprio da cultura guarani, que remete às casas de reza existentes nestas comunidades. A casa foi construída com piso elevado de madeira, estruturado por pilaretes de concreto, solução que viabilizou a implantação em local alagadiço, além de contribuir para o conforto térmico das residências pela troca de calor através da circulação de ar que ocorre abaixo das edificações.

Outra característica é a chaminé mais baixa que, por solicitação dos indígenas, foi instalada desta forma para que a fumaça possa adentrar a habitação, um costume indígena para espantar os insetos.

Já as fossas biodigestoras são responsáveis por tratar os efluentes que são despejados pela descarga através de diferentes processos. Por meio deste sistema, a água rica em nutrientes é dispersada no solo e drenada pelos círculos de bananeiras servindo de adubo.

A localização das casas é indicada pela própria comunidade, levando-se em conta a rede de parentesco entre as famílias. Foram priorizadas as áreas sem vegetação. Em 2006, essa mesma reserva indígena recebeu 59 unidades habitacionais.

As unidades já contam com rede de energia e abastecimento de água. O saneamento básico foi executado pela prefeitura de Bertioga e a Sabesp, com a instalação de um conjunto de fossas sépticas com filtragem e sumidouro para destinação ecológica do esgoto tratado para garantir a preservação do meio ambiente e a saúde dos indígenas.

Programa de Moradia Indígena

A CDHU vem apresentando soluções habitacionais para as reservas indígenas desde 2001 por meio do Programa de Moradia Indígena, que visa à melhoria da qualidade de vida desta população. O objetivo é substituir a habitação precária por uma casa nova, com tipologias adequadas aos usos e hábitos culturais de cada etnia. Desde sua implantação, o programa já entregou 556 unidades novas em 15 aldeias do estado de São Paulo.

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O secretário de Estado da Habitação, Flavio Amary, e o presidente da CDHU, Silvio Vasconcellos, participaram do evento de entrega das casas na reserva indígena. 

“Esse programa é um orgulho para a CDHU. Os investimentos são feitos a fundo perdido e atendem a uma causa muito especial: a preservação da cultura dos nossos ancestrais. Oferecemos habitações seguras e confortáveis, respeitando os hábitos de cada etnia”, afirmou Silvio Vasconcellos, presidente da CDHU.

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