POLÊMICA

Agora: 300 apartamentos de Bertioga vão acomodar famílias de São Sebastião

Cerca de 1.200 famílias do Litoral Norte que tiveram suas residências destruídas pelas chuvas poderão morar por até oito meses nos apartamentos de Bertioga

Da redação
Publicado em 05/03/2023, às 17h33 - Atualizado em 06/03/2023, às 17h04

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Cerca de 1.200 famílias do Litoral Norte poderão morar nos apartamentos de Bertioga Minha casa Minha Vida - Reprodução
Cerca de 1.200 famílias do Litoral Norte poderão morar nos apartamentos de Bertioga Minha casa Minha Vida - Reprodução

O Governo de São Paulo informou na manhã deste domingo (5), que as unidades do Conjunto Habitacional Caminho das Árvores - Condomínio Quaresmeira, localizado em Bertioga, na Baixada Santista, serão disponibilizadas às famílias desalojadas de São Sebastião, no Litoral Norte, pelo período de oito meses.

De acordo com o governo paulista, foram disponibilizados 300 dos 1.500 apartamentos aos munícipes que perderam suas moradias na tragédia do dia 19 de fevereiro. A medida foi tomada em caráter emergencial e deve beneficiar cerca de 1.200 pessoas.

Leia também:Governo de SP não consultou Bertioga sobre moradias às famílias de São Sebastião, diz prefeito

A assinatura da cessão foi assinada na sexta-feira (3), junto à entidade Frente Paulista de Habitação Popular do Estado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, por meio da (CDHU) Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano.

Após o período de oito meses, a administração estadual afirmou que a CDHU entregará as moradias à entidade nas mesmas condições em que foram recebidas.

Prefeito x Governo

O acordo firmado entre o governo paulista e a entidade detentora dos condomínios, não era o que o prefeito de Bertioga, Caio Matheus (PSDB), pretendia. Após o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin afirmar que os apartamentos da cidade poderiam servir como moradia provisória aos desabrigados de São Sebastião, Caio afirmou que não partia da administração municipal a liberação, entretanto caso fosse para liberar, que fossem disponibilizados no máximo 200 apartamentos.

Em entrevista à TV Tribuna na última terça-feira (28/2), o prefeito disse ainda que iria lutar com unhas e dentes em favor dos munícipes bertioguenses.

"Se tiver que tirar alguém [do conjunto habitacional], mesmo que provisoriamente, que seja de uma parcela pequena de pessoas que são cadastradas por entidades [de] fora do município. Se cerca de 15% não são moradores de Bertioga, eu vou lutar pelos moradores de Bertioga, para que as cerca de 1.300 famílias não sejam prejudicadas. A cidade tem um déficit habitacional. Cerca de 750 moradias estão em áreas insalubres e áreas de risco, que têm prioridade zero para absorver essas vagas", disse Caio Matheus.

Já no dia seguinte, o prefeito de Bertioga, se encontrou com o governador de São Paulo Tarcisio de Freitas (Republicanos), durante as vistorias das obras na Rodovia Mogi-Bertioga, e durante o encontro os políticos conversaram sobre o assunto.

Segundo informou a coluna da jornalista Mariana Carneiro no Estadão, o governador teria pressionado o prefeito a liberar 200 casas do condomínio popular para acomodar temporariamente famílias de São Sebastião.

Segundo Tarcísio, esses imóveis seriam o bastante para contemplar todos os desalojados da Barra do Sahy, região mais castigada pelas chuvas, e reduziriam o custo com a construção de casas na chamada vila de passagem, onde serão acomodadas pessoas que perderam suas casas.

"Não faz sentido nenhum os imóveis estarem lá vazios, porque senão eu vou ter um custo a mais para construir a vila de passagem lá que eu preciso. É mais barato para mim colocar o transporte de Bertioga para São Sebastião e acomodar logo as pessoas temporariamente nesse imóvel", disse o governador.

Por sua vez, o prefeito disse não ter condições de atender ao pedido, feito inicialmente pelo vice-presidente. Ele reafirmou que o conjunto de 1.500 unidades do Minha Casa Minha Vida na cidade foi feito em uma modalidade do programa em que os cadastros de famílias beneficiárias ficam sob comando de entidades do terceiro setor, não do poder público local.

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