"A gente quer justiça", diz filha que viu mãe morrer atropelada em Bertioga

Uma mulher de 47 anos morreu na noite de domingo, 31, ao ser atingida por uma motocicleta na rodovia Rio-Santos. Edna Maria Quaresma Soares voltava da igreja quando atravessou correndo uma faixa de pedestres no trecho do bairro Vista Linda, em Bertioga.

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Segundo a filha, Marciana Quaresma Soares, 30 anos - que assistiu o acidente e demorou a encontrar o corpo da mãe - o motociclista, de 18 anos, teria parado para ela atravessar, mas quando chegou a vez de sua mãe, o suspeito acelerou e a atingiu em cheio. "Eu, meu marido com nossa filha no colo, e minha mãe vinhamos da igreja por volta das 22h20 da noite. Começou a chover e nos apressamos pra chegar logo no ponto de ônibus do outro lado", descreveu.

Ela relata que o marido atravessou primeiro. "Depois eu atrás dele e ela vinha atrás de mim. Esperou o carro branco passar, aí quando olhei pra trás só vi a moto caindo derrapando na pista. Não imaginava que era minha mãe que ele tinha atropelado, achei que minha mãe ainda ia atravessar porquê ela estava atrás de mim".

Marciana afirmou que o motociclista estava em alta velocidade e que a pancada foi tão forte que jogou a vítima longe, sem falar nem se mexer. "Foi num piscar de olhos. A gente quer justiça, ele foi solto". Para a Polícia Rodoviária, o suspeito afirmou que não viu a vítima e que pensou que todos ja tinham atravessado.

A vítima foi socorrida com vida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hospital de Bertioga, mas não resistiu. Segundo a filha, Edna Maria era doce e ingênua. "Incapaz de fazer mal a ninguém ela era uma mulher batalhadora que amava a gente e dava todo amor do mundo pra nós todos", declarou Marciana.

Versão da família do autor

A família do motociclista, autor do acidente, procurou a redação do Jornal Costa Norte e informou que está sendo ameaçada de morte. A mãe do suspeito, Samanta  Aparecida dos Santos da Silva, de 37 anos, destacou que participou de toda a assistência à vítima. "Estão alegando que meu filho fugiu do local. Assim que aconteceu o acidente, meu filho me ligou, eu fui lá, ele estava caído no chão, também se machucou. Demos toda a assistência, esperamos o Samu chegar, vi a pulsação dela, ela estava respirando, mas não respondia o nome dela".

"Acompanhei a ambulância até o hospital, com meu filho e meu genro dentro do meu carro e com a filha da vítima e uma criança. Ficamos a todo o momento do lado deles. Ficamos até o final lá, até notícia de que ela havia falecido. Sobre prestar socorro, eu como mãe seria a primeira a cobrar isso dele. Somos uma família bem conhecida e todos sabem do nosso caráter, não bebemos, não fumamos, somos pessoas decentes e honestas, foi um acidente", declarou.

Samanta ainda informou que o filho estava em período de trabalho. "Ele é um menino honesto, é casado, tem uma filha de 10 meses. Trabalha de manhã e também de noite, fazendo entregas para uma pizzaria. Não estamos fugindo de nada".