318 MIL NA MISÉRIA

Baixada Santista tem o equivalente a cinco Bertiogas vivendo na miséria

Dados do Ministério da Cidadania apontam que mais de 318 mil pessoas vivem na pobreza ou na extrema pobreza nas nove cidades da região. Número equivale a quase cinco vezes o número de habitantes de Bertioga e a toda população de Guarujá

Da redação
Publicado em 14/07/2022, às 14h01 - Atualizado em 10/10/2022, às 10h59

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Pessoas coletando restos de alimento no Mercado Municipal de São Paulo capa - Baixada Santista tem o equivalente a cinco Bertiogas  vivendo na miséria - Imagem: Reprodução / Danilo Verpa / Folhapress
Pessoas coletando restos de alimento no Mercado Municipal de São Paulo capa - Baixada Santista tem o equivalente a cinco Bertiogas vivendo na miséria - Imagem: Reprodução / Danilo Verpa / Folhapress

Proporcionalmente, 17 em cada 100 pessoas entre os quase 1,9 milhões de habitantes da Baixada Santista sobrevivem na pobreza ou na extrema pobreza. Dados do Ministério da Cidadania (MC) indicam que entre 2018 e 2022, nesta região, houve uma explosão no número de concessões de BSPs -  um auxílio em torno de R$ 400 concedido para famílias com renda per capita abaixo de R$ 70.

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A Baixada Santista é composta por Cubatão e oito cidades do litoral de São Paulo: Bertioga, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, São Vicente e Santos.

No Brasil, a renda per capita mensal de R$ 497 traça a linha da pobreza e a de R$ 105 a da extrema pobreza. Um levantamento de junho da FGV-Social indica que, ao final de 2021, 29,6% da população brasileira – o equivalente a 62,9 milhões de pessoas - viviam na linha da pobreza, com renda per capita de até R$ 497.  

Na Baixada Santista, os últimos Dados da Secad (Secretaria Nacional do Cadastro Único) ligada ao MC, indicam que 103.603 mil famílias estão na pobreza ou na extrema pobreza na Baixada Santista. Considerando a última média nacional de composição familiar do IBGE, de 3,07 pessoas por família, a estimativa é de que 318.061 pessoas sobrevivam na pobreza ou na extrema pobreza na região.

O número corresponde a 16,76% da população da Baixada Santista. Embora proporcionalmente abaixo da média nacional, em números absolutos é como se quase cinco Bertiogas, ou uma Guarujá inteira vivessem na miséria na soma das nove cidades.  

Itanhaém, com 16.374 famílias abaixo da linha da pobreza, é a cidade da Baixada com os maiores números absolutos e percentuais de pessoas em vulnerabilidade econômica. Aplicando-se a média de composição familiar do IBGE, estima-se que 50.268 pessoas vivam na pobreza na cidade. O número de pessoas que atravessa o mês com menos de R$ 497 em Itanhaém corresponde a quase metade (47,07%) da população de 104.351 pessoas, estimada pelo IBGE em 2021, e supera largamente a média nacional.

Indicadores da quantidade de famílias em vulnerabilidade em Itanhaém em relação ao Brasil, estado de São Paulo e capital. Itanhaém - Baixada Santista tem o equivalente a cinco Bertiogas vivendo na miséria Índice de famílias em vulnerabilidade em Itanhaém (Imagem: Ministério da Cidadania)

Bertioga, que possui a menor população da Baixada Santista, é a cidade da região com menor número absoluto de famílias na pobreza: 6.818 – o que corresponde a 20.931 pessoas. Proporcionalmente, porém, a cidade tem quase um terço (31%) de seus 66 mil habitantes na linha da pobreza.

Indicadores da quantidade de famílias em vulnerabilidade em Bertioga em relação ao Brasil, estado de São Paulo e capital. Bertioga - Baixada Santista tem o equivalente a cinco Bertiogas vivendo na miséria Índice de famílias em vulnerabilidade em Itanhaém (Imagem: Ministério da Cidadania)

Santos, que reúne a maior população da região, detém o menor índice de pessoas na miséria. Dos 434 mil habitantes, os dados da Caged apontam que 40.643 pessoas estejam abaixo da linha da pobreza na cidade – 9,15% da população santista. Proporcionalmente, o número de pessoas em vulnerabilidade econômica em Santos corresponde a menos de um terço da média nacional e fica mais de 7% abaixo da média da Baixada Santista.  

Em relação à população, Santos apresenta o menor número de pessoas em vulnerabilidade entre cidades da Baixada Santista. Indicadores da quantidade de famílias em vulnerabilidade em Santos em relação ao Brasil, estado de São Paulo e capital. Santos - Baixad (Imagem: Ministério da Cidadania)

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Refletindo o aumento da pobreza na região, as concessões dos BSPs na Baixada Santista saltaram de 60.389, em maio de 2018, para 85.122, em junho de 2022 (aumento de 41%).

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