Baixada Santista perde 6 mil vagas na construção civil

Costa Norte
Publicado em 20/07/2015, às 08h40 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h39

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O segmento de construção civil perdeu 288 mil vagas de trabalho no país, no primeiro trimestre deste ano, encerrado em abril, em relação aos três meses imediatamente anteriores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na quarta-feira, 15. Isso representa mais da metade do total de brasileiros que perderam o emprego no período – 511 mil pessoas. Na região da Baixada Santista, a perda no setor foi de 6 mil vagas no primeiro trimestre. A atividade foi uma das responsáveis por acelerar o nível de desemprego no país para o patamar de 8%.

A quantidade de vagas perdidas na construção civil na região foi informada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santos (Sintracomos), segundo levantamento feito no primeiro trimestre deste ano pela própria entidade.

Para o presidente do Sintracomos Marcos Braz de Oliveira, o aumento do desemprego na área da construção civil vem ocorrendo devido à crise financeira do país. “Com a situação da corrupção na Petrobras, todas as obras em andamento foram paralisadas devido à falta de investimentos por parte do governo federal”. Ele acredita que, em 2016, caso não sejam retomadas a obras na área da construção civil, a crise financeira deverá aumentar. “Quando o setor da construção civil está em alta, o emprego também está em alta, tudo é uma cadeia”, exemplificou.

Ainda segundo Oliveira, quanto aos postos de emprego formal e informal na construção civil, “o que mais perdeu vagas na região foi o setor formal na região da Baixada Santista, apesar de também ter sido registrado um aumento de perdas no setor informal, pois um está ligado ao outro”.

Em relação aos dados referentes ao mercado imobiliário, segundo o levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários com recursos da poupança, no estado de São Paulo, diminuíram entre janeiro e maio de 2014, em comparação aos índices de 2015, no mesmo período. Foram os seguintes: 81.182 unidades, com financiamento de R$ 17.716.499.140, em 2014; e de 68.225 unidades, com financiamento de R$ 16.767.977.268, em 2015.

Os índices do mercado imobiliário na região da Baixada Santista serão divulgados pelo Secovi-SP, no próximo dia 30, a partir das 15 horas, no Mendes Plaza Hotel, em Santos. O encontro será destinado à divulgação dos últimos dados sobre os lançamentos e as vendas na Baixada Santista.

Um dos dados que mais chamaram a atenção no levantamento do IBGE foi o aumento da informalidade. Tanto os empregos com e sem carteira assinada caíram, 1,1% e 3,6%, respectivamente. Na contramão dessa tendência, no entanto, o número de empregadores e trabalhadores por conta própria subiu 2,2% e 0,6%, respectivamente.

Na explicação da pesquisa, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE Cimar Azeredo afirmou que, além do aumento de pessoas que perderam o emprego, muitos brasileiros passaram a procurar trabalho pela primeira vez, para complementar a renda familiar, que está cada vez mais comprometida com o quadro de recessão da economia brasileira. Ele explica:   "Há dificuldade de permanência no emprego e de geração de novas oportunidades. Então, o cenário que se mostra hoje é de perda de emprego, perda de qualidade de emprego e remetendo a uma geração de trabalho focada na informalidade".

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