*Foto: Edson Lopes
O governador Geraldo Alckmin assinou, no último dia 21, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), o decreto que institui o Circuito Quilombola Paulista, para estimular o turismo agroecológico e cultural em sete comunidades remanescentes de quilombos no Vale do Ribeira e litoral norte. Na ocasião, ele disse: “Criamos o circuito para incentivar o turismo nas comunidades remanescentes de quilombos, onde vivem 300 famílias. Acreditamos no potencial turístico destas comunidades, que têm grande bagagem cultural, por isso, desde 2004, desenvolvemos ações e incentivamos as atividades turísticas, que geram empregos e renda. Agora, criamos um projeto de divulgação e capacitação para potencializar ainda mais o turismo nestes quilombos, oferecendo orientações de gestão administrativa, elaboração de sinalização turística, qualificação profissional para difundir ainda mais a gastronomia tradicional quilombola, hospedagens, passeios em trilhas ecológicas, cachoeiras, cavernas, apresentações culturais e seus artesanatos”.
As comunidades que integram o circuito são: Pedro Cubas; Pedro Cubas de Cima; São Pedro e André Lopes, todas em Eldorado; Caçandoca e Fazenda Picinguaba, em Ubatuba; e Mandira, em Cananeia. Quase 300 famílias que vivem nesses locais são beneficiadas com os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do Itesp. A previsão é que mais comunidades passem a integrar o projeto.
Quilombo Caçandoca
A história da comunidade começa em 1858, quando ex-escravos tornaram-se donos da Fazenda Caçandoca. Grande parte das famílias que hoje compõem a comunidade descende de uniões entre escravos ou entre escravas e patrões. O território de 890 hectares tem orla marítima e serra. Destacam-se nas suas tradições culturais a dança “bate pé” e as festas do Divino Espírito Santo e de São Benedito. Em 2000, o Itesp reconheceu a comunidade; 50 famílias vivem no local. A banana é uma importante fonte de renda para os moradores, assim como a farinha de mandioca. Atrativos turísticos: trilhas, praias, cachoeira, ruínas, artesanato, passeio de barco e restaurante que serve pratos à base de peixe e banana.
Quilombo Fazenda Picinguaba
Por volta de 1850, a senhora de engenho Maria de Paiva, dona da Fazenda Picinguaba, abandonou a terra e os escravos. A tradicional farinha de mandioca é feita em engenho movido com roda d’água e ferro fundido vindo da Inglaterra. No restaurante da comunidade são servidos frutos do mar, peixes e banana. Quarenta famílias compõem a comunidade. Atrativos turísticos: rios, trilhas, artesanato e apresentações culturais de jongo e ciranda.
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