CONHECER PARA PRESERVAR

Dia Mundial das Abelhas: projeto em Bertioga gera renda com meliponicultura

Segundo a ONU, quase 90% das espécies de flores silvestres dependem dos polinizadores assim como 75% das plantações de alimentos

Lenildo Silva
Publicado em 22/05/2023, às 10h15 - Atualizado às 11h32

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As abelhas são fundamentais para a segurança alimentar e para a conservação da biodiversidade Dia Mundial da Abelha - Foto: André Matos
As abelhas são fundamentais para a segurança alimentar e para a conservação da biodiversidade Dia Mundial da Abelha - Foto: André Matos

No dia 20 de maio as Nações Unidas celebraram o Dia Mundial das Abelhas: uma data dedicada a ressaltar a importância deste inseto polinizador para o funcionamento dos ecossistemas e para a produção de alimentos.

Segundo a ONU, estima-se que 90% das plantações de flores silvestres, 75% das plantações de alimentos e 35% das terras aráveis do mundo dependem da polinização realizada por abelhas e outros agentes polinizadores.

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Neste contexto, o Portal Costa Norte destaca o projeto de meliponicultura desenvolvido na Chácara Mogiana, uma pequena comunidade localizada no bairro de Boracéia dentro do Parque Estadual Restinga de Bertioga (SP), como um modelo de iniciativa que busca promover a conservação da natureza e a geração de renda para a comunidade local.

O que é meliponicultura

Essa é uma iniciativa da gestão do Parque Estadual Restinga de Bertioga e do Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Bertioga Trilha Guaratuba (Divulgação/Prefeitura de Bertioga)

A meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão, cujas espécies nativas são chamadas de abelhas indígenas. São abelhas fundamentais para a polinização de plantas silvestres, plantações de alimentos e ecossistemas.

Em entrevista à reportagem, a criadora do projeto de meliponicultura na Chácara Mogiana, Marcela Oliveira, conta que a ação teve início a partir de uma parceria entre o Sesc Bertioga e a Associação Comunitária Chácara Mogiana. 

O Sesc, por meio de suas ações de Educação para Sustentabilidade e Valorização Social, identificou na comunidade local um grande potencial para realizar ações educativas que dialogassem com os valores da instituição e que promovessem boas práticas socioambientais.

Para mitigar os impactos das atividades humanas na área de conservação, foram estabelecidas normas e restrições específicas, permitindo atividades como o turismo de base comunitária, a meliponicultura e a produção de recursos florestais não madeireiros.

O curso de meliponicultura em áreas de preservação ambiental foi oferecido aos moradores da comunidade, visando capacitar os participantes nas práticas de manejo, qualidade e produtividade das abelhas sem ferrão, além de apresentar os produtos derivados destas abelhas que possuem potencial para geração de renda. Atualmente, o projeto conta com 54 caixas de criação de abelhas Uruçu amarela.

Além dos benefícios econômicos, a criação de abelhas nativas contribui para a manutenção da biodiversidade na região de Bertioga. A cidade possui uma significativa área de conservação inserida no bioma Mata Atlântica, e a meliponicultura desempenha um papel importante na conservação deste bioma que abriga uma grande diversidade de fauna e de flora.

As principais ameaças às abelhas nativas na região de Bertioga são o desmatamento, a poluição ambiental, o uso indiscriminado de pesticidas e a monocultura.

Abelhas sem Ferrão - Conhecer para Preservar

Abelha - Conhecer para Preservar Dia mundial das Abelhas (Foto: Gabriela de Moraes)

A reportagem também conversou com a Camila Pozzi, bióloga e Agente de Educação Ambiental do Sesc Bertioga, que explicou sobre a importância do projeto "Abelhas sem Ferrão - Conhecer para Preservar" do Sesc Bertioga. 

“O projeto é um curso que será realizado na Reserva Natural Sesc Bertioga, aberto à comunidade. O objetivo principal do curso é sensibilizar os participantes sobre a importância das abelhas sem ferrão, aumentar a biodiversidade local e apresentar técnicas e práticas de manejo responsável para criação de abelhas e produção de mel”, disse a bióloga.

Além disso, Camila ressalta que o curso fornecerá subsídios para a Educação Ambiental em comunidades locais, auxiliando na conservação da natureza, manutenção das áreas verdes e recuperação de áreas degradadas.

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O curso está programado para os meses de agosto e setembro de 2023. As inscrições estarão abertas de 25 de julho a 2 de agosto. Para mais informações, recomenda-se acompanhar a programação pelas redes sociais do Sesc Bertioga e do Caderno de Programação entregue à comunidade.

“O Sesc Bertioga continua sendo parceiro da comunidade local, realizando outras ações educativas que possam beneficiar a população. Um exemplo é o curso de gastronomia com produtos feitos com mel de abelhas nativas, que está sendo realizado atualmente. A ideia é que a comunidade possa criar produtos alimentícios que possam ser comercializados”, concluiu.

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