Witzel nega ter vazado informações e diz que não tem 'bandido de estimação'

O governador do Rio foi acusado por Jair Bolsonaro de ter vazado informações sobre a morte da vereadora Marielle Franco

Caio Sartori/Agência Estado
Publicado em 01/11/2019, às 13h11 - Atualizado em 23/08/2020, às 20h40

- Reprodução/André Gomes de Melo

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), voltou a rebater o presidente Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, 1º. Em transmissão ao vivo feita na quinta-feira, 31, Bolsonaro insistiu na tese de que o governador teria vazado informações sobre a investigação da morte da vereadora Marielle Franco para tentar prejudicá-lo.

Witzel negou novamente a alegação e disse que "não tem bandido de estimação". "Seja ele de farda, de distintivo, político, filho de poderoso. Não tenho compromisso com a bandidagem. Assumi o Estado sem qualquer compromisso com traficante, com miliciano. Todos aqueles que se colocarem na reta da Justiça serão presos, serão investigados."

O filho "01" do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é alvo de investigação do Ministério Público do Rio que apura a suposta prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O caso ficou conhecido como "Caso Queiroz", em referência ao ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz.

Flávio foi o pivô do início da crise entre o clã e o governador. Partiu dele, que comanda o PSL no Rio, a ordem para que o partido desembarcasse da base do governo estadual - o que, na prática, não ocorreu. Witzel está brigado com Bolsonaro desde que manifestou o desejo de concorrer à Presidência em 2022.

Ao falar com a imprensa nesta manhã, o governador também parabenizou a Advocacia Geral da União (AGU) por ter aberto um procedimento para investigar o vazamento. "Se não tivesse instaurado lá, eu instauraria aqui, para investigar quem foi o vazador. Que se descubra."

Na noite de terça-feira, 29, o Jornal Nacional, da TV Globo, publicou reportagem que revelava um depoimento que ligava Bolsonaro a um dos acusados pela morte de Marielle, Elcio de Queiroz. Além de acusar o governador de vazar as informações, o presidente disse que Witzel quer "o poder pelo poder" e "se acha gostosão".

Nesta manhã, o governador garantiu que nunca teve acesso aos autos do processo sobre a morte de Marielle. "O Rio, depois que eu assumi o governo, tem uma polícia independente, como deve ser numa democracia."

jair bolsonaro rio de janeiro presidência Flávio Bolsonaro Nacional marielle franco Jornal Nacional TV Globo inquérito Witzel Fabrício Queiroz Assembleia Legislativa do Rio instigação bandido de estimação Advocacia Geral da União