Adolescentes de Bertioga recebem aprendizados sobre liderança

O programa Clorofila é promovido pela Construtora Sobloco, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, e tem diversas frentes de atuação. Além do trabalho de sustentabilidade, há também um projeto intitulado Preparando o Futuro, no qual é trabalhada a questão do protagonismo juvenil. Nesta frente de atuação, o Clorofila geralmente seleciona adolescentes do 8º ano ao 1º ano do ensino médio. 

Alunos de escolas públicas e particulares de Bertioga que se destacam em alguma frente de liderança como grêmios e outras atividades dentro e fora da sala de aula, são convidados para participar do projeto, que tem como intuito fazer esses jovens refletirem sobre como podem transformar boas ideias em ações. “Boas ideias e sonhos, todos nós temos. A questão é como a gente vai dando ação para isso. Esse é o trabalho que nós estamos fazendo há mais de 10 anos aqui”, aponta Gisela Franco, psicóloga à frente da proposta. 

A coordenadora do Clorofila, Cristina Peres, afirma que a frente de formação traz uma reflexão para os alunos de como atuar positivamente dentro da escola como um líder. “Esse é um curso permanente que nós temos. O jovem passa com a gente dois anos recebendo essa formação. E ele também fica na escola recebendo um acompanhamento do nosso programa, além dos nossos encontros mensais”, explica. 

Bruno é estudante da Escola Estadual Indígena Txeru Ba e kua-i e se destaca por seu perfil de liderança. Ele relata que o projeto tem lhe proporcionado uma escuta mais ativa. “Vim para aprender aqui com os alunos de outras escolas. Aprendi a ter mais respeito, a escutar mais as pessoas e falar menos. Daqui quero levar para minha escola a mensagem para que os alunos tenham mais respeito e entendam que os outros alunos têm pensamentos diferentes. Desejo que eles sejam mais honestos e lembrem da nossa cultura”, aponta o jovem da Aldeia Guarani Rio Silveiras. 

Fernanda Kato é coordenadora da escola íngidena, que atende exclusivamente crianças e adolescentes da comunidade. “Para a escola indígena é importante abrir os horizontes e os alunos enxergarem várias possibilidades. A gente permeia esses dois mundos: o mundo indígena e o do juruá [do branco]. Eu acho importante que eles participem e estarem engajadas com o município. A premissa da escola integral é o protagonismo juvenil. A gente está trabalhando para que eles tenham mais voz, porque hoje eles são jovens, mas amanhã eles serão os adultos referência dentro da aldeia”, discorre a coordenadora de gestão pedagógica geral. 

Sobre o projeto Clorofila 

O Projeto Clorofila nasceu em 1997 como uma decorrência dos trabalhos de educação ambiental promovidos pela Sobloco em Bertioga. Após o início dessas atividades, estava cada vez mais claro que para proteger o meio ambiente era preciso olhar e cuidar do que estava à nossa volta, a começar da escola, graças à ação multiplicadora dos estudantes.

Essa constatação levou a Sobloco a propor às escolas municipais, estaduais e particulares a implantação de hortas, jardins e composteiras nas dependências escolares. Como principal instrumento pedagógico, o plantio seria feito pelos alunos, responsáveis também pelos cuidados e colheita, sob a orientação dos professores e com a assessoria técnica constante de uma engenheira agrônoma e da coordenadora dos trabalhos da Sobloco. 

Hoje, o Projeto Clorofila é desenvolvido em 20 escolas de Bertioga, chamadas de “parceiras”, e já atingiu mais de 12 mil crianças e jovens. Em 2009, sua importância e abrangência levou a prefeitura de Bertioga a formalizar uma parceria entre ele e a Secretaria de Educação e Desenvolvimento Cultural, parceria esta de grande importância para o município na obtenção e renovação do Selo Verde Azul, conferido pelo governo do Estado.