“Têm que ver quem é ou não é da cidade, pra fretar um ônibus pra levar para outro município quem não é daqui”, comentou senhora com raiva
Da redação
Publicado em 15/10/2021, às 14h26 - Atualizado às 14h48
Pessoas em situação de rua, ou seja, em extrema vulnerabilidade social, estão sofrendo linchamento virtual de diversos residentes da cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo. A polêmica tomou força nas redes sociais nesta quarta-feira (13) e levantou debates sociais.
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A denúncia inicialmente indicou uma grande quantidade de moradores de rua em um ponto turístico, os indivíduos estavam no entorno da estátua de Iemanjá, localizada na avenida Presidente Castelo Branco, bairro Nova Mirim. O monumento, que foi construído na orla, recebe grande quantidade de visitantes, entre turistas e moradores.
As discussões na web tomaram proporções gigantescas, e levantou ataques de ódio contra a população de rua: “É culpa da idolatria ao álcool, às drogas. A cultura do quero tudo fácil, as pessoas, o governo tem que me dar as coisa de mão beijada”, comentou uma moradora, e outro completa: “Têm que ver quem é ou não é da cidade, pra fretar um ônibus pra levar para outra cidade de quem não é daqui”.
Porém, há quem se indignou com o posicionamento de ódio contra as pessoas de rua. Um internauta indignado rebateu os comentários na web: “Vendo esses comentários fico imaginando que todos aqui se dizem cristãos. Logo, imagino se o Jesus deles voltasse, todos mandariam ele pra Cruz de novo”.
Moradores de rua no Brasil:
A estimativa de pessoas em situação de rua no Brasil é de: 221.869 mil, de acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De setembro de 2012 até março de 2020, houve aumento de pessoas em situação de rua.
Em nota, o município de Praia Grande informa que disponibiliza diversos serviços voltados à população em situação de rua. Diariamente equipes percorrem as ruas da cidade convidando os moradores de rua a receberem ajuda.
A legislação não permite obrigá-los a receberem ajuda. Aqueles que aceitam são direcionados para o Centro POP ou abrigo Solidário Eliane Malzoni, no Bairro Quietude.
Os serviços são integrados, permitindo que dali eles sejam encaminhados para a rede de saúde, rede de Assistência Social, Posto de Atendimento ao Trabalhador e muitos outros serviços.
Nos dois anos de funcionamento do Abrigo Solidário, mais de 1800 pessoas já foram atendidas. No abrigo provisório, montado durante o mês de agosto, outras 100 pessoas receberam atendimento.