O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou hoje (26) que pretende implantar mais 220 quilômetros de faixa azul para motos na capital paulista. Segundo ele, a ação ainda depende de uma autorização da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), mas o objetivo é diminuir o número de acidentes envolvendo motociclistas na cidade.
A faixa azul é uma sinalização de segurança para as motocicletas e tem o objetivo de organizar o espaço compartilhado entre os automóveis e as motocicletas. Ela foi implantada para promover um trânsito mais seguro. Atualmente, a cidade conta com 23 km de faixa azul.
O projeto piloto de faixa azul para motos, instalado na Avenida 23 de Maio, completou um ano ontem (25). Nesse período de implantação, informou a administração municipal, não houve registros de mortes. O número de acidentes graves, reforçou a prefeitura, também caiu: nos últimos doze meses foram registrados 98 acidentes de trânsito envolvendo motos no trecho de 5,5 km da Avenida 23 de Maio, sentido aeroporto. Desse total, 44 ocorrências não tiveram registro de pessoas feridas. Os demais 54 acidentes resultaram em 59 vítimas, sendo 51 com ferimentos leves e oito com ferimentos graves.
Segundo a prefeitura, a taxa de severidade da faixa azul da Avenida 23 de maio, que é calculada atribuindo pesos diferentes de acordo com a gravidade do acidente, foi três vezes menor na faixa azul da Avenida 23 de Maio do que fora dela, o que demonstra que é mais segura.
“Acabei de autorizar a extensão da faixa azul para mais 220 km. Isso é experimental, algo inédito no Brasil. Depende de autorização da Senatran, mas com os resultados que a gente teve aqui [Avenida 23 de Maio], sem óbito, é óbvio que teremos a autorização”, disse o prefeito.
Para a ampliação, serão feitos estudos de viabilidade da faixa azul em vias importantes da cidade como as Marginais Tietê e Pinheiros. Além disso, serão feitos estudos para a implantação também na Avenida Ipiranga, Avenida Senador Queirós, Avenida do Estado, Avenida Rangel Pestana, Viaduto Dona Paulina, Rua Maria Paula, Viaduto Jacareí, Viaduto 9 de Julho, Avenida São Luís, Avenida 23 de Maio, Avenida Rebouças, Rua da Consolação, Radial Leste, Avenida Washington Luís, Avenida Rubem Berta, Avenida Senador Teotônio Vilela, Avenida Guarapiranga, Avenida Aricanduva, Avenida Eliseu de Almeida, Avenida Francisco Matarazzo, Avenida Salim Farah Maluf, Avenida Edgar Facó e Avenida Inajar de Souza.
Atualmente, há 1,3 milhão de motos em circulação na cidade de São Paulo. O número de motos na cidade vem aumentando principalmente em decorrência da pandemia do novo coronavírus já que, por causa do isolamento social, a demanda pelo serviço de entregas cresceu. Com isso, também aumentou o número de acidentes envolvendo motos e com mortes. Hoje, pelo menos um motociclista morre a cada dia em São Paulo.
O prefeito voltou a dizer que o transporte de passageiros por motos, utilizando aplicativos, está proibido na cidade. Apesar de ser uma proposta apresentada pela Uber, o prefeito reforçou que não há autorização para esse tipo de transporte na cidade, principalmente porque a empresa ainda não tratou do tema com o Poder Público e não entregou um estudo dando informações sobre segurança, por exemplo. A reportagem da Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa da Uber, mas até este momento, a empresa não se pronunciou.
No dia 6 deste mês, o prefeito Ricardo Nunes editou um decreto suspendendo, temporariamente, o uso de motos no transporte de passageiros por aplicativo. No dia anterior, a Uber havia colocado em funcionamento na cidade o sistema que permite a solicitação de corridas para transporte de passageiros por motos por meio do aplicativo.
A Prefeitura de São Paulo criou, no dia 10 de janeiro, um grupo de trabalho para estudar o uso de motos para fazer transporte remunerado de passageiros na cidade. O grupo deverá elaborar estudos a respeito da segurança do meio de transporte, do cumprimento das legislações existentes e do conforto dos usuários.
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Fonte: EBC Geral
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