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Mineira assassinada há 40 anos é beatificada pela Igreja Católica

Celebração contou com a presença de cerca de 10 mil pessoas, segundo a imprensa local

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Publicado em 12/11/2022, às 16h00 - Atualizado em 11/12/2022, às 18h31

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mineira bentificada - Reprodução
mineira bentificada - Reprodução

O processo levou oito anos para ser concluído. Ele consistiu em coleta de depoimentos, juntada de documentos e tradução desses para o italiano. O Papa Francisco fez o reconhecimento por meio de decreto em outubro de 2020. A pandemia, no entanto, atrasou a realização da celebração.

Canonização x beatificação

A canonização representa um reconhecimento da santidade por toda a igreja. Assim, a Igreja Católica como instituição, desde o Vaticano até as igrejas espalhadas em todo o mundo, reconhecem e cultuam aquela pessoa como uma santa.

Por outro lado, quando uma pessoa é beatificada significa o reconhecimento, por demanda de uma diocese ou instituição eclesiástica específica, da santidade da vida daquela pessoa. E, assim, autoriza-se o culto público de sua honra nos limites daquela instituição e sua comunidade. Esse reconhecimento atesta que ela teve uma vida pautada nos ensinamentos cristãos em grau de excelência.

Mas, além disso, a beata, ou beato, precisa ter operado um milagre, geralmente uma cura, algo comprovado pela igreja católica após uma série de investigações. No entanto, existe outra forma de chegar à beatificação sem comprovar um milagre. Essa forma é a declaração do martírio. E assim é permitido o culto público em honra dessa pessoa no âmbito dessa instituição.

O martírio é classificado pela fé católica como “a morte voluntariamente aceita por causa da fé cristã ou por causa do exercício de outra virtude relacionada com a fé”. Foi justamente o caso de Isabel Cristina.

A moça, com 20 anos de idade na época, foi assassinada por um homem dentro de casa. O homem havia ido montar um guarda-roupa no apartamento de Isabel e tentou violentá-la. Ela resistiu e ele a golpeou na cabeça com uma cadeira. Em seguida, a amarrou e rasgou suas roupas. A moça continuou resistindo ao estupro e ele a matou com 15 facadas.

Antes desse episódio, Isabel estudava, namorava e se divertia, mas tinha uma vida de oração, de fé e planejava ser médica pediatra para ajudar crianças carentes. Segundo testemunhos colhidos pela igreja, era uma moça sensível com os mais pobres, idosos e crianças.

Na cerimônia realizada ontem, o bispo arquidiocesano de Mariana (MG), Dom Airton, fez a leitura da solicitação feita ao Papa Francisco para inscrição de Isabel Cristina como a mais nova beata da Igreja Católica. A proclamação da beatificação foi assinada pelo Papa.

“Através de nossa autoridade apostólica evidenciamos que a venerável serva de Deus Isabel Cristina, fiel leiga, mártir, alegre testemunha da caridade evangeliza pelos enfermos por amor de Cristo até a efusão do sangue defendeu sua virgindade e dignidade seja invocada de agora em diante com o nome de Beata Isabel Cristina e possa ser celebrada no dia 01º de setembro, dia em que ela nasceu para o céu”, escreveu o Santo Padre.

Edição: Claudia Felczak

Fonte: EBC Geral

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