ATENTAS

7 sinais PERIGOSOS que indicam que você está vivendo um relacionamento abusivo

Muito além da agressão, o relacionamento abusivo surge sorrateiramente, de maneira imperceptível para a vítima, enlaçando-a em um ciclo tóxico. Fique atenta!

Amanda Oliver
Publicado em 20/08/2021, às 09h56 - Atualizado em 17/05/2022, às 13h46

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Imagem de Nino Carè por Pixabay
Imagem de Nino Carè por Pixabay

Relacionamentos abusivos podem passar a errônea imagem de perceptíveis e escandalosos, porém, este tipo de abuso pode ser sorrateiro, cruel e esmagadoramente silencioso.

Este tipo de ocorrência criminal pode ocorrer com diversas pessoas conhecidas, familiares, amigos ou até você. Alguns identificam, outros não. O que muitos não sabem é que o abuso físico é somente UM dos fatores que compõe o abuso no relacionamento.

Psicológico, financeiro, emocional, entre outros... todos os aspectos da vida da vítima podem estar em risco com os predadores do relacionamento abusivo.

Confira 7 sinais PERIGOSOS que podem significar que você está vivendo ou entrando em um relacionamento abusivo:

1º Invalidação de sentimentos

Um parceiro tóxico que invalida seus sentimentos está ‘treinando’ seu psicológico para ignorar sinais de intuição ou socorro. Este tipo de pessoa falará que seus pensamentos e angústias não tem fundamento, ou até mesmo te colocará como ‘louca’, fazendo você e seu ciclo social duvidarem de seus pensamentos e atitudes, invalidando seu raciocínio e consequentemente dominando os seus próximos passos.

 2º Ciúmes excessivo

Controle de roupas, amizades, passeios e até de redes sociais. A alegação dos ciúmes no início do relacionamento pode parecer ‘fofo’ e inofensivo, porém, a sensação de posse crescerá com a permissão de pequenos controles do cotidiano, transformando sua vida, aos poucos, controlada pelo abusador.

3º Controle ou dependência financeira

Pouco se fala sobre um dos motivos mais graves que prendem a vítima em um relacionamento abusivo. O controle financeiro em hipótese alguma deveria ser normalizado em uma vida a dois. Muitos abusadores utilizam o termo ‘compartilhar’, que deveria ser algo saudável, para denominar o domínio sobre a vida do outro.

A dependência financeira também é um dos motivos de maior recorrência para o aprisionamento de vítimas nestes elos inafetivos. Principalmente mulheres, que deixam de trabalhar quando casam ou têm filhos, acabando presas aos maridos.

4º Exigir relações sexuais

Toda e qualquer relação sexual forçada é estupro! Este crime de violação sexual ocorre com diversas vítimas, que acreditam que suas vontades são invalidadas e que seu corpo é partilhado com o parceiro. Suas vontades devem ser respeitadas, seu corpo é seu.

5º Violência física

Ao contrário do que muitos pensam, a violência física não caracteriza somente as grandes agressões com tentativa de homicídio. Os sinais de homens agressores começam aos poucos, com empurrões e apertões.

As vítimas geralmente acreditam que o parceiro irá mudar, que não irá piorar, porém, aos poucos vai se adaptando e aceitando cada vez mais abusos, que vão piorando a cada briga.

É comum este tipo de companheiro alegar que se arrepende e até usar presentes para agradar e conquistar novamente a parceira, porém, este ciclo irá se perpetuar.

6º Afastamento de outras pessoas

Amizades e familiares podem perceber quando uma pessoa está passando por abusos psicológicos e físicos, além de marcas visíveis, há também o abalo mental de estar vivendo abusos constantes. Para o abusador, o ideal é afastar o companheiro de elos sociais que podem ajudá-lo a sair do relacionamento tóxico.

7º Chantagem e ameaças

Manobras emocionais que podem desencadear culpa e vergonha nas vítimas podem ser corriqueiramente usadas para convencê-las a fazer a vontade do abusador. Seja por gatilhos emocionais sensíveis ou por vitimismo, o companheiro tóxico consegue extrair da sua angústia o necessário para te controlar.

Aprendendo com o outro

Monique* (nome fictício), foi marcada severamente por relacionamentos abusivos, e pediu para não ser identificada por medo de desencadear problemas relacionados aos abusadores do passado.

“Passei por dois relacionamentos abusivos. O primeiro durou quase 3 anos, com um homem, e o segundo cerca de 11 meses, com uma mulher”, conta a vítima.

A jovem relata como foram os primeiros sinais perceptíveis [para ela] dos relacionamentos abusivos: “Quando estava em meu primeiro relacionamento, e tivemos uma briga numa questão que era muito óbvio que eu não era a errada, mas ele contornou a situação de uma forma que eu saí como a errada e, no fim, eu me encontrei pedindo perdão pra ele pelo que eu tinha feito”, desabafou.

Ela completa: “No segundo relacionamento, um pequeno ciúmes de uma amizade acabou se tornando uma briga enorme onde eu ouvi a frase 'não quero que você tenha outros amigos além de mim, só eu posso ser sua melhor amiga'.

Monique também conta que conseguiu se reestabelecer com ajuda da família e amigos, além da essencial terapia com auxílio de um psicólogo: “Eles sempre têm uma visão muito mais ampla, e enxergam coisas que não vemos pois estamos cegas pela paixão e pelo amor. É possível sair, e isso demanda uma força interior muito grande. Geralmente as pessoas acham que não têm essa força”.

PEÇA AJUDA

Está vivendo ou conhece alguém em situação de abuso? Ligue para o 180, o serviço registra denúncias sobre abusos contra a mulher e também auxilia vítimas em busca de socorro.

Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra a mulher pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), responsável pelo serviço. No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A lei está com você:

De acordo com o artigo 7 da lei 11.340 (Lei Maria da Penha), a violência doméstica e famíliar se enquadram criminalmente com:

Física – agressões e lesões físicas

Psicológica – danos à auto estima, degradação moral, manipulação, constrangimento, isolamento, vigilância constante, retirada do direito de ir e vir, e quaisquer outros meios que retirem da vítima a saúde psicológica e a autodeterminação.

Sexual – qualquer atividade sexual não desejada é considerada crime.

Patrimonial – comportamento de retenção, subtração, controle ou quebra de objetos ou quantias financeiras da vítima.

Moral- enquadra crimes de calúnia, difamação ou injúria.

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