NAZISMO - DA ALEMANHA AO LITORAL PAULISTA

24 de maio: data que deu início aos experimentos do nazista Josef Mengele

Josef Mengele, conhecido como Anjo da Morte, realizou diversas experiências em judeus prisioneiros do campo de extermínio em Auschwitz

Amanda Oliver
Publicado em 24/05/2022, às 14h53 - Atualizado às 15h42

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Josef Mengele enquanto atuava no regime nazista - MUSEU MEMORIAL DO HOLOCAUSTO DOS EUA
Josef Mengele enquanto atuava no regime nazista - MUSEU MEMORIAL DO HOLOCAUSTO DOS EUA

Há exatamente 79 anos, em 24 de maio de 1943, Josef Mengele chegava ao campo de extermínio em Auschwitz, na Polônia. Mengele, que na época possuía 32 anos de idade, já pertencia ao Partido Nazista, e foi enviado ao campo de concentração para realizar experiências em prisioneiros judeus, durante a 2º Guerra Mundial. 

Josef, ou ‘Anjo da Morte’, como ficou conhecido posteriormente, injetava substâncias que variavam entre petróleo e clorofórmio em milhares de vítimas, com a justificativa de que seria um ‘tratamento’ médico. Nascido em 16 de março de 1911, na Bavária, ao contrário do que muitos pensam, Mengele estudou filosofia, sendo influenciado pelas teorias radicais de Alfred Rosenbuschite.

Josef Mengele enquanto atuava no regime nazista (MUSEU MEMORIAL DO HOLOCAUSTO DOS EUA)

Após os estudos filosóficos, o Anjo da Morte integrou o Partido Nazista e fez parte do time de pesquisadores do Instituto de Biologia Hereditária e Higiene Racial, assumindo posteriormente o papel de médico em Auschwitz.

FUGA E MORTE

Com o fim da guerra, e consequentemente a ruína do nazismo na Alemanha, Mengele foi preso, mas conseguiu evadir-se da prisão e retornar ao país onde nasceu, na Bavária, onde trabalhou cuidando de cavalos, após estádia temporária, fugiu para a América do Sul, onde se tornou um cidadão paraguaio em 1959.

Porém, em 7 de fevereiro de 1979, o famoso médico do regime nazista foi encontrado morto na faixa de areia da praia da Enseada, em Bertioga, litoral paulista, no Brasil. O homem foi encontrado por um casal austríaco, que acionou o cabo da Polícia Militar, Espedito Dias Romão.

O médico foi encontrado na praia por volta das 16h, mas o Espedito não imaginava que estava olhando para o famoso Josef Mengele, pois o corpo já sem vida carregava um documento falso, com o nome de Wolfgang Gerhard, um austríaco de 54 anos. Somente em 1985 o cabo da PM descobriu que Gerhard era um dos diversos pseudônimos do nazista. 

"Mengele foi o mais sádico e cruel de todos. Como se estivesse brincando de Deus, selava o destino dos prisioneiros que chegavam a Auschwitz. Enquanto uns seguiam para o campo de trabalhos forçados, outros eram jogados nas câmaras de gás", explica o jornalista americano Gerald Posner, autor de Mengele - The Complete Story (2000)

O corpo do médico foi sepultado no cemitério de Nossa Senhora do Rosário, em Embu das Artes, mas após uma investigação da polícia alemã, em 1985, a verdadeira identidade foi descoberta e o corpo encaminhado para a Universidade Estadual de São Paulo, onde é utilizado até hoje em aulas de medicina forense.

Alfred Ernst Rosenberg – O filósofo que inspirava o Anjo da Morte

Alfred Rosenbuschite (Reprodução)

Nascido em 12 de janeiro de 1893, Alfred Ernst Rosenberg, construiu sua carreira como político, filósofo e escritor alemão baseando-se em valores antissemitas.

Alfred é autor do livro ‘O mito do século XX’, lançado em 1930, que ficou conhecido pela teoria de raças, onde detalhou que considerava negros, bem como judeus e outros povos semíticos, como o nível mais baixo da escala racial de poder. No alto estava a raça branca ou ariana como era conhecida. Também considerava os povos nórdicos como a raça superior a toda as outras, incluindo outros arianos. Esta raça superior incluía os escandinavos, alemães, neerlandeses (holandeses) (incluindo o povo flamengo da Bélgica).

O escritor chegou ao cargo de conselheiro de Adolf Hitler, se tornando ministro encarregado dos territórios da Europa Oriental. Após a guerra, foi condenado à morte por enforcamento, pelos crimes de guerra.

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