Vivo deixa mais de três mil moradores de Bertioga sem telefone

Costa Norte
Publicado em 07/02/2014, às 17h43 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h14

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Por Marina Aguiar

Maria do Socorro está sem sinal desde o dia 6 de dezembro

Moradores de dois bairros de Bertioga estão indignados com os serviços da Vivo na cidade. Cerca de três mil residentes do bairro Guaratuba estão sem internet e telefonia fixa desde às 9h30 de segunda-feira (3), até o fechamento desta edição. De acordo com Luci Cardia, presidente da Sociedade GH Residencial, no bairro Guaratuba, é comum, também, faltar sinal de telefonia móvel no local. O delegado e marido de Luci, José Aparecido Cardia, explicou que o bairro é afastado do centro, e sempre ocorrem oscilações de sinal. “Um absurdo! Em pleno século XXI, uma empresa do porte da Vivo não tem estrutura para dar manutenção no equipamento”, declarou. O problema atingiu todo o bairro e não é de hoje. Os moradores sofrem com constante falta de sinal há mais de 10 anos. “As pessoas dependem do telefone e internet para dar continuidade na vida profissional, principalmente, o comércio”, reclamou o delegado. Cardia também alegou que a operadora não tem monitoramento no bairro, e só sabe dos problemas quando o próprio usuário liga para reclamar. Outro bairro atingido é o Jardim Rio da Praia, na região popularmente conhecida como Mangue Seco. Vários moradores do local reclamam da falta de ‘linha’ nos telefones, e até fizeram um abaixo-assinado contra a empresa, com 80 assinaturas, esta semana. Dona Iraci de Souza Viana é aposentada e participou do documento. “O meu problema é o roubo de cabos; eles roubam na Rio-Santos, a gente liga para Vivo, às vezes, eles colocam. E fica nesse ciclo, nunca sabemos quando vamos ter telefone”. Iraci vive esse problema há mais de cinco anos. Já o caso da aposentada Maria do Socorro Rodrigues Santos é mais complicado. Ela está sem telefone desde o dia 6 de dezembro, embora continue mantendo o pagamento da conta. “Quando eu ligo, dizem que, em 48 horas, o técnico vai chegar. Eu mal saio de casa, fico esperando e nada”. Adalberto Jorge Rosa, morador do Centro, passou pelo mesmo problema; ele ficou quinze dias sem telefone, internet e televisão depois que um raio atingiu os cabos elétricos da sua rua. O aposentado contou que ligava para a Vivo, eles prometiam um técnico em 48 horas, mas nada acontecia. “Nesse período de dois dias de espera, se o técnico não vem ou não resolve seu problema, eles cancelam o pedido. Aí tem que ligar de novo”. Helena Maria dos Santos Moraes, também moradora do Mangue Seco, é aposentada, e está à frente do movimento contra a Vivo. Ela está há anos com a linha instável, devido a roubos dos cabos que ficam na rodovia Rio-Santos. “Todo fim de semana é a mesma coisa, escurece, roubam os cabos, e ficamos sem telefone”, desabafou. Helena tem três protocolos de atendimento referentes à telefonia móvel, e já entrou em contato com a ouvidoria da empresa. Sem sucesso, tentou solucionar o problema com a Anatel, mas novamente não obteve resultados. Foi aí que decidiu procurar uma autoridade política. Ela levou os protocolos e contas de telefone para o vereador Toninho Rodrigues, que se prontificou a tentar uma solução. Ele reuniu os documentos e o abaixo-assinado, e está formulando um documento para convocar o responsável pela Vivo na região. “Muita gente não tem celular e não consegue ligar para a polícia ou Samu quando precisa. Por isso, abracei a causa e quero uma solução imediata”, declarou o parlamentar.

A reportagem do Jornal Costa Norte procurou a Vivo e, por telefone, a assessoria da empresa informou que desconhece problemas no bairro Mangue Seco, mas confirma que há problema de conexão no bairro Guaratuba. Lá, segundo a empresa, os cabos foram roubados, e o atrito de caminhões nas vias deslocou os cabos de fibra óptica. A empresa prontificou-se em verificar a situação e dar um parecer na próxima semana.

Direito do consumidor Em Guarujá, a Vivo foi multada pelo Procon em mais de R$ 410 mil, no último dia 30. A empresa recebeu queixas de moradores, especialmente, na operação de telefonia fixa. A empresa tem demorado em realizar reparos ou, até mesmo, atender pedidos de transferência de linhas. No Procon de Bertioga, as reclamações contra a Vivo dominam os processos. Segundo Gilberto Godoy, diretor do Procon no município, desde janeiro, 30% das reclamações têm sido contra a Vivo. “A principal reclamação é com a internet. A empresa promete ligar a linha para os usuários e não liga”, comentou. O Procon de Bertioga ainda não tem o poder de multar, pois não possui agentes fiscalizadores. Godoy afirma que essa realidade está para mudar, mas depende de processos burocráticos da prefeitura. Enquanto não existe a possibilidade de multa, a recomendação é que o cliente abra um protocolo na ouvidoria da Vivo. Caso não fique satisfeito, o usuário deve entrar em contato com a Anatel pelos telefones 1331 ou 1332. E, em último caso, realizar a abertura de processo no Procon. Godoy explica que, para abrir o processo, o número do protocolo basta. “É importante cadastrar a reclamação no Procon, assim conseguimos solucionar o problema com mais rapidez, e contribuímos com estatísticas para o município”, comentou Godoy. O Procon fica na avenida Anchieta, 392, no centro de Bertioga. Mais informações pelo telefone: (13) 3316 2551.

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