O programa de doação de mudas floríferas e frutíferas, realizado pela administração pública, por meio do Viveiro de Plantas ‘Seo Leo’, agora atende um novo nicho do mercado: a construção civil. Um empreendimento recentemente concluído recebeu nove mudas da espécie resedá para plantar na calçada.
A entrega aconteceu na segunda-feira, 17, no Viveiro. De acordo com a responsável pelo local, Maria Carvalho de Tereza, a paisagista e a proprietária da construtora procuraram o Viveiro para solicitar a muda. “Indicamos a espécie de acordo com o local, a largura da calçada e a fiação elétrica, além de considerar também o tipo de paisagismo que será implantado no prédio”, explicou Maria, reforçando que as mudas são doadas somente para arborização da calçada e, não, para a parte interna do empreendimento.
No Viveiro de Plantas, o interessado em adotar uma muda recebe todas as informações sobre as espécies ideais para cada local, de acordo com o Plano de Arborização Urbana de Bertioga. Maria explica que é preciso respeitar os espaçamentos mínimos entre cada planta e entre os equipamentos públicos e considerar a acessibilidade e a segurança dos pedestres. “Por isso, é importante, antes de plantar uma árvore na calçada, consultar o Plano de Arborização Urbana”.
A paisagista Cristiane Lucoves já conhecia o programa de doação de mudas do Viveiro de Plantas, e quando foi contratada para criar o paisagismo do empreendimento, pensou no que poderia implantar na calçada. “Existe um projeto arquitetônico e a Maria nos auxiliou sobre a melhor espécie”. O prédio está localizado em uma esquina, por isso, a árvore não pode criar pontos cegos para o trânsito; além disso, deve ficar longe de bueiros e bocas de lobo, das caixas de eletricidade e de esgoto do edifício, e não deve interferir na fiação elétrica da rua.
“Outra questão importante é não ser uma espécie frutífera, porque o fruto pode cair na calçada e provocar acidentes com os pedestres. Até mesmo um coqueiro pode representar perigo”, explicou a responsável pelo Viveiro. A altura mínima do tronco até a copa deve ser de 1,80m, para facilitar o trânsito de pessoas pelas calçadas.
A sócia-diretora da construtora responsável pelo empreendimento, Juliana Lustosa, acredita que a possibilidade de doação de mudas para as empresas utilizarem na calçada é uma ótima opção, principalmente, por conta das orientações que são dadas no Viveiro. “Muitas pessoas utilizam espécies que não são nativas, não têm preocupação com cadeirantes ou com a estética”, ponderou Juliana. Ela ainda reforçou o tratamento recebido no Viveiro. “Eles atendem muito bem, e acho que deveriam expandir o projeto para outros bairros”.
O arquiteto Eduardo Munhoz Adão, proprietário de uma casa no Condomínio Morada da Praia, em Boraceia, também adotou mudas esta semana. Ele levou para casa uma espécie de resedá e três juçaras. “A sugestão do resedá foi para colocar na calçada, porque em frente à casa tem muita fiação. Temos que resgatar as espécies da Mata Atlântica”. Para receber mudas do Viveiro de Plantas é necessário assinar um termo de doação e apresentar documento pessoal e comprovante de residência. O Viveiro fica na rua Manoel Gajo, ao lado da delegacia de polícia. O telefone é 3317 4599.
Arborização urbana
A arborização urbana, quando bem implantada, traz inúmeros benefícios para a comunidade, como a melhoria da qualidade do ar, uma vez que uma árvore tem capacidade de absorver até 1,4 kg de poluentes. Cidades bem arborizadas criam maior expectativa de vida para a população, com menores índices de pressão arterial, diabetes, colesterol, além de menos estresse e irritabilidade. Como as árvores absorvem os ruídos, a qualidade do sono, o poder de concentração, e de desenvolvimento de trabalhos manuais ou intelectuais, também melhoram.
Quadro Espaçamentos mínimos a ser respeitados
Distâncias mínimas entre árvores, respeitadas as restrições físicas locais, deverão ser de:
- 4 a 6 m entre espécies de pequeno porte;
- 6 a 10 m entre espécies de médio porte;
- acima de 10 m entre espécies de grande porte.
Distâncias mínimas entre as árvores e os equipamentos, instalações e mobiliários urbanos presentes nas calçadas, inclusive componentes de sinalização, deverão ser de:
- 0,50 m para o meio fio;
- 4 m para as esquinas de ruas;
- 4 m para postes de iluminação e fiação;
- 3 m para placas de sinalização;
- 6 m para semáforos;
- 1,50 m para bocas-de-lobo e caixas de inspeção;
- 1,50 m para guias rebaixadas para acesso de veículos e cadeirantes.
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