Visitação em trilhas apenas por ofícios e memorandos

Por Antonio Pereira

Sustentabilidade socioambiental e um excelente roteiro turístico, para passeios entre amigos e familiares, com avistamento de aves, práticas esportivas e uma infinidade de plantas; isso tudo em área de 9,3 mil hectares no sopé da Mata Atlântica. O roteiro, no Parque Estadual da Restinga de Bertioga (PERB), poderia ser memorável, se estivesse em plena atividade, conforme prevê a portaria normativa 196/2013, assinada em novembro passado pelo diretor executivo da Fundação Florestal Olavo Reino Francisco. No entanto, quatro meses após a ‘liberação’, a visita ao local continua uma exclusividade para os estudiosos da área. A morosidade para liberação das trilhas foi tema central de reunião ordinária do conselho gestor da unidade, na sexta-feira, 4, na Casa da Cultura de Bertioga. Para o engenheiro Paulo Velzi, membro do conselho, a burocracia na Fundação Florestal, órgão estadual responsável por gerir o parque, é a grande vilã de todo o processo. Ele disse: “Se acessarmos a internet, veremos que existem muitos anúncios para essas trilhas feitos por operadoras clandestinas, mas nós não podemos fazer. Nós estamos matando a nossa galinha dos ovos de ouro por causa da simples burocracia da máquina pública brasileira”. Outro que compartilha da mesma opinião é o secretário municipal de Turismo José Luiz Zuppani. “Nós temos 70 monitores formados na cidade, mas, infelizmente, não podemos utilizar as trilhas. A prefeitura está atendendo prontamente todas as solicitações, mas o governo do estado tem atrasado um pouco. Nós sabemos que não é culpa de uma ou outra pessoa, mas a burocracia de fato existe”. Procurado pela reportagem, o gestor da unidade Carlos Sérgio dos Santos, da Fundação Florestal, recusou-se a conceder entrevista. A próxima reunião do conselho está marcada para o dia 6 de junho, também na Casa da Cultura, na avenida Tomé de Souza, 130, no Centro.