Violência contra criança e adolescente

Costa Norte
Publicado em 10/06/2011, às 11h43 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h14

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Quais são as conseqüências psicológicas provenientes dos maus tratos, abuso sexual e violência doméstica em crianças e adolescentes? No dia 18 de maio tivemos várias ações mobilizando a sociedade pensar sobre esse assunto e chamar a responsabilidade de cada um de nós no sentido de preservar os direitos da criança e do adolescente. A história social da infância é manchada por desrespeito durante séculos. As crianças tiveram os seus direitos violados, e as relações entre pais e filhos muito diferente do que consideramos hoje como ideal. Para compreendermos melhor a violência, devemos entender como violência física, psicológica e sexual, podendo ainda, abranger a violência institucional e estrutural. A violência estrutural está relacionada ao não-cumprimento dos direitos do cidadão, ou seja, a ausência do estado ou ainda a não-integração das famílias à lei do estado (miséria, má-distribuição de renda, trabalho escravo, falta de escola, moradia e saneamento básico, trabalho infantil precoce e ausência de lazer entre outras. A violência pessoal está relacionada ao ato abusivo contra o outro. Atos deliberados do adulto contra os mais jovens (violência doméstica, maus tratos das instituições públicas e privadas, violência física e sexual, a negligência dos pais ou responsáveis, prostituição infantil em regime de cárcere privado, turismo sexual, estímulo ao consumo e tráfico de drogas, práticas de extermínio). A modalidade de violência física é a mais visível porque os sinais ficam registrados no corpo: dor, manchas, cortes, queimaduras, fraturas. Esse tipo de violência corresponde ao emprego de força física no processo disciplinador de uma criança ou adolescente por parte de seus pais (ou quem exercer tal papel no âmbito familiar como, por exemplo, pais adotivos, padrastos, madrastas). A modalidade de violência sexual, considerada uma das mais violentas, está relacionada ao abuso sexual e exploração sexual comercial, o abuso sexual dentro e fora do ambiente familiar, a exploração sexual em prostituição, pornografia, turismo sexual e tráfico de pessoas para fins sexuais. Subentende-se violência sexual o estupro, a corrupção de menores, o atentado violento ao pudor, o sexo forçado no casamento, o abuso sexual infantil, o abuso incestuoso, o assédio sexual e outras condutas desrespeitosas, tais como caricias não desejadas, exposição obrigatória a material pornográfico, exibicionismo e masturbação forçada, uso de linguagem erotizada, em situação inadequada, impedimento ao uso de qualquer método contraceptivo ou negação por parte do parceiro em utilizar preservativo e ser forçado (a) a ter ou presenciar relações. A violência psicológica se manifesta por meio da intolerância, rancor, reações agressivas imprevisíveis, marcam a memória e a personalidade da criança aumentando a possibilidade de tornar-se futuramente um adulto agressor, já que "não deixa marca aparente, mas marca por toda a vida." Esse tipo de violência poderá provocar na criança o comportamento de isolamento, dificuldades de fala ou linguagem, dificuldade de contato por meio do olhar e reações de medo, principalmente diante do agressor. O assunto continua na próxima edição.

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