Por Antonio Pereira
Diante das recentes discussões sobre a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentado (PDDS) de Bertioga, os vereadores, em sua maioria, defendem que sejam aprovadas alterações que visem não somente a construção civil, mas também o bem-estar da população, sobretudo no que diz respeito à limitação na altura de prédios, ampliação da malha viária e incentivos para que indústrias sustentáveis se instalem na cidade. Para o presidente da Casa, Luis Henrique Capellini (PR), a discussão com a comunidade é importantíssima para que o morador possa opinar na elaboração do projeto. Capellini, assim como os vereadores Toninho Rodrigues (DEM) e Pacífico Júnior (PR), defende a implantação de uma zona industrial para indústrias não poluentes. “Seria interessante por gerar empregos e não denegrir o meio ambiente”, destacou. Pacífico defende o bom senso no uso do solo. Ele considera que o abairramento seja um mecanismo necessário para que as regularizações fundiárias necessárias sejam feitas em todos os bairros, conforme reivindicado há anos por loteamentos como Sítio São João, Vila Tupi e Ana Paula. Já o vereador Alemão (PR) considera o lado benéfico de uma possível verticalização. “A exploração do solo já é restrita, portanto, não vejo como um mal a construção de prédios maiores”, apontou. Por outro lado, Ivan de Carvalho (PSDB) acredita que o plano atual, elaborado em 1999, foi sonhador, ou seja, muitas coisas propostas não estavam de acordo com a realidade, e isso deve servir de exemplo para este novo. “Não acredito que a indústria sustentável seja uma boa solução; acho isso difícil porque temos pouco espaço e a demanda desse tipo de serviço é pouca. Nós não podemos depender somente da construção civil, porque o boom imobiliário uma hora passa”, afirmou. Igualmente, Valéria Bento (PMDB), José Feliciano (PTB) e Edvaldo Alecrim (PR) preocupam-se com o bem-estar dos moradores, tanto no que diz respeito à renda, quanto em relação ao saneamento básico. “Talvez, a criação de indústria possa alavancar a geração de renda, mas o povo precisa ter condições adequadas para viver com água, luz, esgoto, pavimentação, escola e postos de saúde”, disse Valéria. A vereadora Beth Consolo (DEM) também foi procurada pela reportagem, mas não foi encontrada. Segundo familiares, ela está participando de um congresso em Fortaleza (CE).
Núcleo Gestor Na segunda-feira (2) foram escolhidos os representantes das entidades civis que irão compor o Núcleo Gestor do Plano Diretor. O grupo, formado por 18 membros representantes do poder público, dos governos estadual e federal, e de associações representativas, será responsável pelo diagnóstico e prognóstico a ser apresentado à comunidade. Os escolhidos de entidades civis foram: um representante do seguimento do comércio: Jiuliana Cristoni Pereira (Casa dos Parafusos); dois representantes do seguimento empresarial: Célio Augusto (Gescon) e André Santana (MS Arquitetura); um representante de associação de bairro: Wilson Roberto da Silva (Associação São Lourenço/Itaguaré); e dois representantes de entidades civis sem fins lucrativos: Ermínio de Aguiar (Ong Boraceia Viva) e Paulo Braga (Pró-Urbe Bertioga). Algumas entidades haviam se mobilizado para escolher seus representantes, e encaminharam os nomes para a comissão técnica da prefeitura, responsável pelo processo de revisão do PDDS. Os dois representantes indicados pela Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bertioga são: Paulo Velzi e Marilza Lopes, e o da Associação dos Corretores de Imóveis é Ruben Delneto. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ainda indicará o seu representante. Da prefeitura foram indicados José Marcelo Marques, Manoel Prieto Alvarez e Roberto Costa. Do Legislativo, Ivan de Carvalho, Pacífico Júnior e Toninho Rodrigues Filho. Do governo estadual: Carlos Sérgio Santos (gestor do Parque Estadual Restinga de Bertioga; e do governo federal, Márcio Alvim (técnico indigenista da Funai).
Próximos passos Os membros do Núcleo Gestor definiram que se reunirão todas as quartas-feiras, às 18h30, no Espaço Cidadão-Centro (Av. Anchieta, 392). O primeiro encontro aconteceu na quarta (4) e foi destinado à elaboração do regimento interno. De 17 a 19 de setembro, acontece a consulta pública, quando serão apresentados o diagnóstico e prognóstico. As audiências acontecerão nos dias 15, 16 e 17 de outubro e a conferência, que validará o documento, no dia 31. A previsão é de que a conclusão do documento aconteça no dia 5 de novembro, quando será encaminhado para apreciação do Legislativo.
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