Por Maria Paula
Zelda, que vive em Vicente de Carvalho II diz estar satisfeita com a atuaçãoO mercado informal ganha espaço cada vez mais quando o assunto é aumentar a renda familiar ou até mesmo quando surge o desemprego. Em Bertioga, por exemplo, dona Lauricéia Nóbrega dos Santos, de 65 anos, casada e, mãe de dois filhos, vive satisfeita com o seu trabalho como sacoleira, há mais de 20 anos. Ela conta que tudo começou quando ainda trabalhava como servente de uma escola estadual.
Nos intervalos dos professores, dona Lauricéia vendia bijuterias, entre outras miudezas e, a partir daí não parou mais. “Achei que não estava bom para mim aquele trabalho e aí comecei vendendo para as amigas e, depois de porta em porta”, relembra a sacoleira que atualmente vai às compras semanalmente com um grupo de mulheres de Bertioga, utilizando uma Van para o transporte.
Destino certo
Dona Lauricéia recorda que na época inicial, saia logo cedo para São Paulo, no ônibus da Viação Ultra, com destino certo: o Brás e a rua 25 de Março, ambas na região central da capital. Segundo ela, o retorno era sempre tarde da noite e muito cansativo, mas compensatório. O gosto pelo trabalho de sacoleira ganhou mais fôlego e dona Lauricéia acabou deixando a profissão de servente para ser definitivamente só sacoleira.
A comerciante chegou a montar uma loja no centro de Bertioga, mas devido ao preço do aluguel do imóvel acabou fechando as portas e abrindo outra em sua própria residência, na Vila Itapanhaú. Atualmente, dona Lauricéia continua indo as compras semanalmente, e para o mesmo destino, mas o transporte mudou.
Viagem antecipada
Agora, dona Lauricéia e cerca de 10 mulheres marcam a viagem antecipadamente e, nas sacolas trazem um pouco de tudo, desde roupas, bolsas, sapatos, bijuterias e, até brinquedos. Veterana e cheia de sabedoria onde estão as lojas com bom preço e melhor qualidade, dona Lauricéia ajuda as amigas nas compras e conta que já não sente mais o mesmo cansaço, porque o corpo já se acostumou com o ritmo. Na loja em sua residência, ela também mantém uma pequena mercearia e conta com o apoio do marido no atendimento.
Satisfeita
Outra profissional do ramo, em Bertioga, que acompanha dona Lauricéia é Maria Cícera de Lima, a Zelda, que vive em Vicente de Carvalho II e está bastante satisfeita com o novo empreendimento.
Lucro garantido
Há 13 anos trabalhando como sacoleira, Zelda, que é casada e mãe de um filho, vai às compras uma vez por mês, com a encomenda certa. Ela explica que a mercadoria que não tem saída a solução está em baixar os preços, liquidar. Zelda ajuda nas despesas da casa e a pagar a faculdade do filho que faz Jornalismo. Ela vende roupas femininas, masculinas e infantis em casa e, também por meio de visitas as amigas, para as amigas das amigas e, por aí vai.
De carro
Zelda diz que, hoje, as visitas são feitas de carro, mas no início era de bicicleta. Vantagem ou não, o trabalho de sacoleira também não tem hora: é de domingo a domingo, caso contrário, a vendedora deixa de ganhar aquele dinheirinho extra com uma cliente inesperada batendo à porta. Zelda afirma que o cansaço é real quando vai às compras, mas é compensado com o lucro líquido de aproximadamente 70% do valor da mercadoria.
Saída
A maior preocupação das sacoleiras é o famoso calote e, para isso não ocorrer, uma saída é se garantir pegando cheques pré-datados.
Zelda ajuda nas despesas da casa e a pagar a faculdade do filho
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