Região norte da cidade enfrenta dificuldades no sistema de telefonia

Por Mayumi Kitamura

No início do ano, usuários de telefonia fixa da Vivo de vários bairros da cidade queixaram-se de problemas que variaram de ruídos incessantes à falta de sinal na linha. Os transtornos diminuíram, mas, na região norte de Bertioga, os moradores ainda enfrentam as mesmas dificuldades, causadoras, inclusive, de prejuízos aos comerciantes locais. Os residentes de um dos loteamentos daquela área chegaram a captar mais de 600 assinaturas para um abaixo-assinado, coletadas em cerca de 40 dias. O documento será encaminhado ao Ministério Público a fim de cobrar soluções da empresa. O aposentado Robinson Carneiro, morador do bairro Guaratuba há 14 anos, diz que sempre teve transtornos com as prestadoras de serviço de telefonia, mas, atualmente, enfrenta uma falha muito conhecida naquela região: o telefone não recebe ligações nem dá sinal de linha. Estranhamente, porém, quem liga para o número ouve o sinal de chamada. “Isso é uma questão que envolve a sociedade como um todo, não de consumo direto, portanto, eu acho que deveríamos ter um respaldo maior do Ministério Público porque isso diz respeito a todos”, reclamou. No mesmo empreendimento, o escrevente Clóvis Fernando de Melo fala sobre os problemas que enfrenta com os serviços prestados pela empresa: “O telefone móvel pouco funciona, está sempre sem sinal, principalmente, em feriados prolongados. Você não consegue usar de forma alguma e o fixo muito precariamente, então, quando você mais precisa de telefone, não tem nem o fixo nem o outro”. O escrevente disse também que, apesar do reparo na linha, ela continua com ruídos e sua voz mal é ouvida pelo receptor. A situação torna-se ainda mais grave para quem depende de uma linha telefônica, como é o caso dos comerciantes que, além das ligações, disponibilizam a opção de pagamento por meio de máquinas de cartão de crédito e débito. O proprietário de um restaurante em Boraceia, João Gonçalves, já perdeu a conta do prejuízo. “Eu preciso de internet por causa da Nota Fiscal Paulista; por outro lado, eles me venderam um pacote dizendo que teria direito à internet, mas não existe ‘janela’ para cá. Me fizeram comprar mais duas linhas telefônicas por causa da internet e agora não tem. E eu continuo pagando as contas”, denuncia. O empresário lamenta a situação, pois, atualmente, a maioria das pessoas não anda mais com dinheiro em papel, substituído pelo cartão. Assim, os desavisados pagam depois ou, pior, deixam de pagar pela refeição. Proprietário de uma empresa de materiais para construção, Benedito Norberto Salussolia, pretende entrar com um processo contra a empresa, pois, além de tudo, está perdendo clientes que ligam para a loja e, sem saber do problema na linha, acreditam que a loja está fechada ou ninguém quer atender. “Nós estamos com problemas nos telefones da Vivo há mais de seis meses. O crucial foi do final do ano até março, onde nós tivemos uma perda de venda muito grande devido ao período de temporada. Inclusive nós estamos fazendo levantamentos das perdas com relação ao faturamento para comunicar a Vivo e pedir o ressarcimento destes problemas”. O comerciante faz uma observação muito importante sobre o andamento do trabalho sem serviços de telefonia: “Para tudo. Você não passa cartão, não vende, enfim, não pode realizar nada porque não tem telefone e hoje nós dependemos totalmente dele”. Telefônica Vivo Por meio de nota, a empresa informou que uma ocorrência de furto de placas afetou os telefones fixos no Guaratuba, mas que “os serviços foram restabelecidos em seguida. A empresa esclarece ainda que, para esta nova ocorrência, técnicos estão trabalhando para normalizar a situação dentro do menor prazo possível. Além disso, estão sendo realizadas obras de modernização com a implantação de novo equipamento. A previsão de finalização é na primeira quinzena de junho”. Ainda, de acordo com a empresa, os serviços de internet e telefonia móvel de alguns usuários na cidade “podem estar funcionando de forma intermitente nas últimas semanas devido a atos de vandalismo que danificaram equipamentos de infraestrutura” para atendimento no município e que está trabalhando para normalizar a situação.