Reestruturar sistema de saúde e dar continuidade em obras de saneamento são as metas de Dr. Lairton

Costa Norte
Publicado em 11/08/2012, às 07h53 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h47

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Por Maria Paula  

O candidato a prefeito de Bertioga pela coligação ‘União Progressista por Bertioga”, Dr. Lairton Goulart  (PR) foi o 4º concorrente ao cargo a ser entrevistado pelo programa ‘Café da Manhã’, da TV Costa Norte – Canal 48 UHF, nesta sexta-feira (10). Ele afirmou que, se eleito, vai reestruturar todo o sistema de saúde e dar continuidade as obras de saneamento já mapeadas durante o seu último mandato. Terminar as obras na área central e construir mais postos de saúde, inclusive para a área do Jardim Ana Paula e de bairros próximos é outra pretensão do ex-prefeito.

Ainda deve participar de entrevista no programa, no próximo dia 17, às 9h, o candidato Kaled Ali El Malat (PSDC). Vale lembrar que, da mesma forma que na rádio Praia FM – 106,1, todos os 05 candidatos foram informados com antecedência na TV sobre as perguntas e o tempo limite para as suas respostas.

O ex-prefeito Dr. Lairton comandou o Poder Executivo por dois mandatos seguidos, de 2001 até 2008. Casado e formado em Medicina, nas especialidades Ginecologia e Obstetrícia, ele tem 65 anos, é natural de Pindamonhangaba e reside há 38 anos em Bertioga. Acompanhe a entrevista:

TV CN - Por que quer ser prefeito de Bertioga e por que os eleitores devem votar em você?

Lairton: Tenho plena consciência de que consegui fazer muita coisa a até muito mais do que esperava conseguir, porque peguei uma prefeitura endividada. Sempre queremos fazer muito mais e os planos são sempre abrangentes. Esse é o motivo da gente querer voltar e continuar por mais 04 anos. Nossas realizações foram amplas e fomos nós que criamos a Secretaria da Habitação. Antes, ninguém criou casas aqui e sabemos que a cidade ainda está carente de habitação. É um projeto que não pode parar nem por mim nem por outros prefeitos. Penso que é dever de todo Governo, seja municipal, estadual ou federal olhar por essa população. Pouca gente tem condições de adquirir uma casa própria e o que acontece com isso? Sub-moradia. Pessoas invadem áreas por necessidade de abrigar suas famílias. Se nós dermos oportunidades a essa população, vamos conseguir conter esse problema de invasão. Queremos dar dignidade a esse povo.

TV CN - Acha que poderá ser um prefeito diferente, melhor que os anteriores? Por quê?

Lairton: É muito feio falar que é melhor que esse ou aquele candidato, porque ninguém é melhor do que ninguém. O que temos são planos de melhoria e como eu já disse: ninguém tinha feito casas para famílias de baixa renda e nós fizemos. Fizemos um hospital, que hoje atende milhares de pessoas por ano; fizemos postos médicos nos bairros e fizemos coisas inéditas na Educação. Nós fomos uma das primeiras cidades a entregar material escolar na rede. Então, quando adotamos essa iniciativa demos um alívio muito grande aos pais, tanto para os que ganham pouco, como para os que estão desempregados. Estou aqui há 38 anos e conheço bem as dificuldades da nossa população. Sei onde o bicho pega.

 TV CN - Sem considerar os programas federais e estaduais, qual o seu plano de governo, nas áreas de:

Saúde?

Lairton: Já provamos que conseguimos fazer muita coisa sem ajuda do governo estadual e federal. Basta ver o nosso hospital, que quando assumi estava parado e nós entraríamos com 15% de contrapartida, mas entramos com 51% de contrapartida porque a verba estava parada e ficou defasada. Existem setores que são prioridades e a gente não pode esperar. Nós mesmos temos que fazer e, este é o caso da Saúde e da Educação. Volto a falar aquele velho lema: “uma rua pode esperar 10 anos para ser calçada, mas uma criança não pode esperar um ano para ir à escola e um doente não pode esperar um minuto para ser atendido.” Nós não podemos esperar vir verba do governo federal. Vamos construir postos médicos com a verba da prefeitura. O orçamento municipal é rico e nos permite fazer grandes empreendimentos como uma cidade independente.

Educação e Cultura?

Lairton: Só com recursos próprios nos fizemos empreendimentos inéditos na área da Educação. Fomos a 1ª cidade da Baixada Santista a dar o material escolar, totalmente gratuito, às crianças da rede escolar, depois passamos a dar os uniformes. Também fizemos programas de capacitação dos professores, com verba da prefeitura. Nós fizemos programas como o ‘Futuro Kids’, que ensina inglês nas escolas e laboratórios de informática. Eu não sei ligar um computador, mas hoje é imprescindível que se saiba informática. Muitas vezes, a gente cruza a cultura com o turismo e o que nós fizemos de melhor nesse setor foi a ‘Festa Nacional do Índio’, um festa que resgata as nossas raízes, nos leva ao período colonial, quando havia tantas guerras entre índios e brancos. Muitas redes de televisão, repórteres internacionais estiveram aqui e, Bertioga ficou conhecida internacionalmente. Fizemos também a ‘Festa Africana’ e a ‘Japonesa’. Na parte de teatro queremos levar aos bairros grupos teatrais, aproveitando as escolas nos fins de semana. Palestras de incentivo à leitura, ao cinema e apresentações circenses.

Esporte?

Lairton: A novidade é que vou criar a Secretaria de Esportes. Esporte é saúde e nós moramos numa cidade praiana, então, toda a criança precisa saber nadar. Fizemos a natação na rede escolar pública de 3ª a 4ª série. As crianças faziam natação na piscina da prefeitura e depois atendi as crianças da Vista Linda a Boracéia. Fizemos o campeonato de futebol, por meio da Liga. Com a Secretaria vamos poder dar uma atenção muito maior, inclusive, vamos criar um centro de atendimento médico com fisioterapeutas, ortopedistas e outras especialidades necessárias para dar impulso no esporte da nossa cidade, que ainda não está bem desenvolvida.

Habitação?

Lairton: Fizemos muito e eu precisaria de 3h30 para falar tudo o que a gente fez. Desde os tempos primórdios, o homem sonhou em abrigar sua família. Nós proporcionamos isso pelos programas de habitação, em parceria com a CEF e a CDHU, do Estado. Queremos continuar trabalhando. Queremos reativar nossa Secretaria de Habitação para dar continuidade nesses projetos e manter a fiscalização para combater as invasões que desestruturam a nossa cidade.

Transporte?

Lairton: Já temos aqui a empresa que ganhou a licitação e está desenvolvendo seu trabalho até que bem, mas existem reclamações dos atrasos dos ônibus, dos intervalos muito longos entre uma linha e outra, enfim, temos que ficar fiscalizando, não só as empresas que atendem o município, como as intermunicipais, para que cumpram seus horários. Precisamos colocar uma fiscalização rígida, uma vez que essas empresas ganharam a concorrência pública, elas precisam respeitar. O povo tem horário para trabalhar, temos os cadeirantes, então, é preciso respeitar e para isso precisamos fiscalizar, como tínhamos no nosso tempo.

Segurança?

Lairton: A novidade serão as câmeras de vigilância. Vamos colocar as câmeras que inibem a ação dos mal feitores, inclusive, atos de vandalismo. Também vamos aumentar o contingente da Guarda Municipal, que são funcionários muito eficientes, além da Guarda Ambiental que presta serviços valiosíssimos à cidade. Muitas vezes são eles que impedem as invasões, porque até a Polícia Florestal chegar, várias invasões já ocorreram. Eles [Polícia Florestal], na realidade, só servem para prender palmiteiros e caçadores de tatus. Então, prefiro dar apoio à nossa GCM e Guarda Ambiental, equipá-los com barcos, quadriciclos, rádios e apoiar a nossa Polícia Militar.

 Saneamento Básico?

Lairton: Fizeram-me uma malvadeza. Eu tinha conseguido uma verba de R$ 22 milhões, com mais R$ 6 milhões em contrapartida, eu tinha R$ 28 milhões pra fazer a drenagem de toda a região central, mas a Administração atual pegou essa verba e fez a outra pista da av. Anchieta. Não é censura pra ninguém, mas a gente tinha um carinho por essa obra, porque é primordial para fazer o calçamento da cidade. Se não tivermos a drenagem da macro e micro drenagem não podemos calçar. E essas obras já haviam começado, além de gerar um grande número de empregos e acabar com o problema das enchentes. Além do esgoto que já iniciamos no Indaiá, e parte de Vicente de Carvalho II, acredito que em mais dois anos, Bertioga vai estar com o problema de esgoto totalmente resolvido, segundo informações da Sabesp.

Turismo?

Lairton: Já iniciamos a preparação da cidade para o turismo. Começamos com a urbanização do ponto máximo do turismo, que é o entorno do Forte São João, com a construção do Parque Tupiniquins, uma das áreas mais bonita da cidade. Na minha opinião realizamos inúmeros eventos. Fizemos o calçadão do Canal até o Jardim Veleiro, onde abrimos um novo pólo de desenvolvimento turístico. O ponto básico que nós fizemos para o turismo foi uma cidade segura, com baixa criminalidade. Para isso, nós gastamos muito iluminando os bairros, compramos motos para os policiais e demos todo o apoio que a Polícia Militar precisa.

 Geração de emprego e renda?

Lairton: O forte da geração de emprego é a construção civil e o comércio. Na construção civil nós desenvolvemos muito. Em tempo nenhum se construiu tanto em Bertioga como nós construímos. Tivemos mais de R$ 2 milhões de áreas licenciadas e a Polícia Florestal vinha aqui e contestava a nossa capacidade de licenciar. A prefeitura era soberana para licenciar a sua própria área e é isso que nós queremos continuar a fazer, porque assim, a construção civil pode trabalhar e os empregos vêem juntos.

 Comércio?

Lairton: É preciso ter uma boa renda para que o povo possa comprar e a gente quer trazer renda para o município. Aqui vai um ponto de louvor ao governo Lula, e eu nem sou PT, mas vou ter que dar esse ponto para ele. O governo Lula deixou o povo com poder de fogo muito maior. O povo compra muito mais. Hoje surgiram empregos, recursos e nós temos como gerar emprego com a construção civil.

Construção civil?

Lairton: Temos que desemperrar esse radicalismo na questão do meio ambiente. Nós não podemos nos curvar por imposições. Ninguém quer destruir nossas matas, mas impedir o desmatamento dentro de uma área urbana, isso é um contracenso. Nós vamos ao presidente da República, se for preciso, para acabar com essa ingerência sobre o meio ambiente que está havendo aqui no nosso município. Nós estamos dentro da cidade que já está desmatada e não aceitamos isso.

 E o Pré-sal?

Lairton: Eu tenho uma gratidão ao prefeito de Caraguatatuba, Antonio Carlos, porque lutamos juntos, fomos até Brasília (DF) e conseguimos que Bertioga conseguisse esses royalties para o município. Hoje, Bertioga recebe R$ 30 milhões por ano da Petrobras. Essa verba é para cobrir algum risco de vazamento de petróleo em nossas praias. Antigamente, era só Ilhabela e São Sebastião, agora nós e Caraguatatuba somos beneficiados também. Nós precisamos, por intermédios das Etec’s qualificar a nossa mão-de-obra aqui na nossa Bertioga e assim gerar empregos.

TV CN - Caso eleito, quais serão as primeiras ações emergenciais tomadas e por quê?

Lairton:  Reestruturar todo o sistema de Saúde.  Também é nossa meta retomar as obras de saneamento básico, equacionando o que já temos na base Executiva. A cidade já está toda mapeada não só na parte central, mas como nos bairros. Hoje tem muitas verbas do governo para o saneamento. Nós fizemos creches, hospital e escolas. Agora, queremos preparar a cidade para a urbanização, com guias, sarjetas e pavimentação. Isso vai gerar muitos empregos. Vamos fazer mais creches, postos de saúde para atender a população do Mangue Seco e toda aquela área. A saúde preventiva evita doenças e queremos investir nesse setor.

 TV CN - Como pretende distribuir o orçamento do município, previsto em cerca de R$ 300 milhões para 2013?

Lairton: Hoje o Tribunal de Contas exige que seja gasto 25% do orçamento com a Educação e nós gastamos muito mais que isso, porque demos muita atenção à Educação e todos os setores. Na Saúde é 15% do orçamento e nós gastamos 22% de tanto investirmos. Onde houver necessidade de interferir, nós vamos botar ali o orçamento. Tomamos até alguns processos por usarmos a verba da Educação na criação do Ecoterapia para as criançinhas, mas entendíamos que era necessário. Nós gastamos verbas de acordo com as necessidades do setor. E, eu não deixei nenhuma dívida, mas paguei uma de R$ 35 milhões deixada pelo governo anterior.

 TV CN - Haverá a participação popular durante a sua administração? De que forma?

Lairton: Esse negócio de orçamento participativo é muito bonitinho, mas não funciona assim. O governador ou o prefeito chama o povo, fala que vai fazer isso ou aquilo, mas só faz o que ele quer fazer, o que eu acho uma burrice, porque o prefeito que houve o povo erra menos.  A voz do povo é a voz de Deus. Todos os dias eu ouvia dezenas de pessoas. Sabe qual é o erro de um governante? É acreditar em assessores, porque eles dizem que está tudo bem e quando você vai ver de perto não está nada bem. O prefeito tem que deixar o povo falar dos seus anseios, necessidades.

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