Enquanto a prefeitura de Cubatão construirá, em caráter emergencial, uma ponte provisória no Rio Cubatão, entre os núcleos Água Fria e Pilões, o governo estadual confirmou que a restauração completa da histórica Ponte Preta tem verba prevista no orçamento do projeto de implantação do Jardim Botânico Estadual, estimado em R$ 17 milhões e previsto para conclusão em 2012, dentro do Projeto Socio-Ambiental da Serra do Mar. Construída no século XIX, a Ponte Preta foi interditada no início da semana, por determinação da Justiça, por estar ameaçando desabar devido à corrosão das estruturas. O anúncio da obra foi feito pela prefeita Márcia Rosa (PT), na manhã desta quinta-feira (03), durante reunião em seu gabinete e onde compareceram representantes de órgãos dos governos federal e estadual, do MP (Ministério Público), lideranças políticas regionais e técnicos da Administração. Márcia informou que a contratação da empresa responsável pela obra será feita nos próximos dias. Esta obra, com tubulações metálicas como suportes principais, deverá custar cerca de R$ 500 mil, conforme levantamento preliminar feito por setores técnicos da prefeitura.
Prazo de 30 dias A prefeita explicou que a decisão foi tomada diante dos problemas que uma interdição prolongada causaria aos cerca de 10 mil moradores de Água Fria e Pilões, que precisam cruzar o rio diariamente naquele ponto. Ao determinar, em caráter liminar, a interdição da ponte – atendendo a um pedido do MP -, o juiz Sergio Ludovico Martins, da 1ª Vara da Comarca local, estabeleceu prazo de 30 dias para que a prefeitura inicie obras de restauração da Ponte Preta.
Implicações Conforme Márcia Rosa, a recuperação da passagem, construída em 1890 e é tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Arqueológico Nacional), levará muito mais tempo que isso, “devido às inúmeras implicações ambientais e patrimoniais e à necessidade de obtenção de licenças específicas, estudos para recomposição das características da obra original.” Ela recordou ainda que além de a ponte estar sob responsabilidade estadual, uma das cabeceiras em que ela se apóia faz parte do PESM (Parque Estadual da Serra do Mar), exigindo licenças específicas para as intervenções. E, até a conclusão desses trabalhos, os moradores dos dois núcleos não podem ficar isolados.
Cronologia Desde a interdição, ocorrida no dia 27 de janeiro, os moradores têm como alternativa para cruzar o rio, um pontilhão situado a 2 km de distância. Para facilitar a locomoção, a prefeitura determinou à empresa municipal de transportes urbanos que criasse linhas especiais de ônibus. Mesmo assim, muitos moradores preferem usar a ponte interditada. No segundo dia após a interdição, chegaram a demolir o muro construído em uma das cabeceiras pela prefeitura. "A construção da ponte provisória, em caráter de urgência, além de impedir o isolamento dos núcleos, evitará a ocorrência de alguma tragédia, vitimando pessoas que insistem em cruzar a ponte ameaçada", disse a prefeita.
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