Passeio de stand up une diversão e contato com a natureza

Costa Norte
Publicado em 10/01/2014, às 15h58 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h12

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Por Antonio Pereira

SUP é um misto de elementos do surfe e do caiaque, e pode ser praticado em praias, rios e represas

A prancha é similar à do surfe e os remos são provenientes do caiaque, mas a postura do praticante é em pé. Diferente, calmo, tem muito mais mobilidade que outros esportes aquáticos. As características citadas são da atual febre do litoral brasileiro, o stand up paddle (SUP), que vem conquistando cada dia mais adeptos em todo o país. A reportagem do Jornal Costa Norte (JCN) esteve na praia de São Lourenço, em Bertioga, na terça-feira (7), e conferiu de perto por que o SUP é considerado por muitos o esporte do verão 2014. Para o professor Glauco Valentin, que mantém uma escola na Riviera de São Lourenço, a procura das pessoas deve-se às alternativas que a prancha proporciona, e ao baixo grau de dificuldade, uma vez que a maioria dos iniciantes fica em pé na segunda ou terceira tentativa. “Podemos dizer que o SUP é um esporte democrático, porque tem espaço para quem quer surfar, apenas remar, fazer uma aventura em um rio e, até, para quem opta por pescar, e isso tudo pode ser feito sozinho ou acompanhado”, disse. Segundo ele, não é difícil ver um pai ou uma mãe remando com o filho na ponta da prancha. A faixa etária dos seus alunos é bem variável, e vai dos oito aos 65 anos. Por mais que a prática seja fácil, o professor faz algumas recomendações, principalmente, para aqueles que são mais ousados, e já querem praticar na praia, em meio às ondas. “É sempre bom observar o mar antes, e ver se ele está muito mexido, mas, se a vontade de remar for mais forte, é sempre bom estar com um lashe (cordinha típica de pranchas de surfe, que prende a prancha ao pé do surfista) e, talvez, até com um colete salva-vidas”, complementou. Segundo dados da fundação norte-americana Outdoor Foundation, um milhão de pessoas praticou o esporte da remada estendida nos Estados Unidos desde 2010, número relevante se considerarmos que, no ano anterior, o esporte sequer entrou na pesquisa. Apesar do expressivo número nos EUA, no Brasil, a aparição foi mais modesta e ganhou maior notoriedade somente em 2012, quando, de acordo com dados da Associação Brasileira de Stand Up Paddle (Absup), 12 mil brasileiros tiveram contato com a prancha de remo. A estimativa, baseada na fabricação de pranchas, é que hoje esse número já tenha triplicado. Para o administrador de empresas Luiz Fernando Vieira de Oliveira, 32 anos, que rema desde 2012, o esporte é uma alternativa para quando o mar não está para surfe. “Quando venho para Bertioga, sempre quero surfar, mas, às vezes, o mar está baixo e o surfe perde um pouco a graça; aí é hora de pegar a prancha grande e o remo”. Também praticantes no mesmo período, o casal formado pelo médico veterinário Cristian Patoné e a estudante Carolina Galeb opta por fazer passeios com os amigos, e um dos roteiros favoritos é o rio Itapanhaú. “Sem dúvida, é um dos nossos lugares preferidos de Bertioga, e eu indico para quem quiser conhecer. Já tivemos a oportunidade de levar nosso filho mais velho, de oito anos, e, em breve, levaremos o menor, que hoje tem cinco”.

Pranchas e remos Além da vontade e da técnica, a escolha de uma boa prancha e um bom remo é sempre bem-vinda para se atingir um desempenho mais satisfatório, seja pelo exercício ou pela estabilidade no mar. Para o shaper Sandro Lisboa, o ‘Ploc’, proprietário de uma fábrica de pranchas no centro da cidade, a recomendação para os iniciantes é escolher medidas entre 9,8 e 12 pés, dependendo da modalidade. “O SUP tem várias vertentes, ou seja, tem gente que prefere surfar, outros remar no rio, e tem gente que prefere uma prancha híbrida, que sirva para os dois ambientes, porém esta tem uma pequena perda de desempenho em cada modalidade. Portanto, é preciso ter bastante atenção para escolher a prancha certa, levando em consideração o peso do praticante e seus interesses”. O preço médio de uma prancha varia entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Vale lembrar que a medida de 10 pés equivale a 3 metros.

A popularidade do moderno SUP tem sua origem nas ilhas havaianas (EUA), no início de 1960, quando os professores de surfe da ilha de Waikiki remavam em pé em suas longas pranchas para tirar fotos de turistas aprendendo a surfar. Hoje, o esporte é um dos que mais crescem no mundo, sobretudo com a migração de alguns atletas de windsurf, surfe e canoa havaiana. O litoral brasileiro apresenta uma combinação perfeita para a prática, que caiu no gosto de jogadores de futebol como Robinho, e de atrizes como Grazi Massafera.

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