A paciente Danielle Santos de Oliveira, de 37 anos, deu entrada no Hospital de Bertioga no dia 12 de maio, com pedra na vesícula. O centro cirúrgico do hospital não pôde operá-la e Danielle entrou na fila da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), para que pudesse realizar a cirurgia em outro hospital. Entretanto, com a demora da transferência, Danielle desenvolveu uma infecção no pâncreas.
O marido Ricardo Monteiro informou que a mulher apresentava dores há muitos meses e passava por consultas em uma Unidade Básica de Saúde do município. "As consultas demoravam meses para acontecer. Ela já tinha pedido a cirurgia, mas nem a colocaram na fila. Até que chegou a esse ponto", lamentou. Monteiro também alega que os dados da mulher não foram digitados corretamente pelo responsável do Cross no hospital. "Eles digitaram Danielle Bertioga no sistema e nem colocaram a doença dela. Assim não vão chamá-la nunca!", desabafou.
A Secretaria de Saúde de Bertioga informou, por meio de nota, que a paciente está internada devido a uma pancreatite aguda, não tendo indicação cirúrgica neste momento, e que vem com melhora no quadro clínico e laboratorial, recebendo antibiótico adequado para a patologia. Ainda disse que o caso é atualizado todo dia na Cross, que ainda não disponibilizou a vaga. "Toda a atenção e assistência está sendo dada a essa paciente, não condizendo com a verdade as queixas do familiar".
A equipe da Cross esclareceu que recebeu o pedido de transferência da paciente Danielle Santos de Oliveira para leito de cirurgia geral e já iniciou o processo de busca de vaga. "A paciente está sendo assistida na unidade em que está internada, e a equipe médica da Cross está monitorando, constantemente, a evolução de seu quadro de saúde. Vale ressaltar que conforme preconiza o SUS, o fluxo de regulação prioriza casos mais graves e urgentes".
Marina Aguiar
Foto: Ricardo Monteiro
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