Por Mayumi Kitamura
Ponto tornou-se obsoleto e usuários têm que correr para pegar o ônibusQuatro pontos de parada de ônibus do bairro Rio da Praia tornaram-se praticamente obsoletos para quem depende do transporte público diariamente para seguir sentido Boraceia, pelas duas das seis linhas municipais, a 2 e a 7. A fim de chegar ao destino no horário, muitos moradores esperam pelos coletivos em rotatórias, na expectativa de correr para um ponto ou o outro, dependendo da linha que chegar primeiro. Aqueles que esperam pelos ônibus nos pontos localizados na rua Pastor Djalma da Silva Coimbra e na rodovia Manoel Hipólito do Rego, com distância aproximada de 120 metros entre um e outro, ficam no canteiro localizado entre os dois sentidos da via. Para não perder o ônibus, os moradores correm para atravessar a rodovia a tempo de dar o sinal de parada. Para Geisa Trindade de Jesus, que pega ônibus todos os dias para a Riviera, esta situação não pode continuar. “É horrível, porque você não sabe se [o ônibus] vem dali ou se vem de cá. A gente tem que ficar atravessando toda hora para conseguir chegar menos atrasado no serviço”, disse, em tom de revolta. Ela contou que já enfrentou até duas horas de espera para conseguir pegar um ônibus. No mesmo local estava a diarista Eolália Santana Santos da Silva, que teria perdido o coletivo se não tivesse interrompido a entrevista: “Muitas vezes tenho que sair correndo; muitas vezes não dá para passar”. Quem não espera no canteiro fica no cruzamento das vias, como a gerente de recursos humanos Generosa Maria dos Santos Gomes, que cobra mudanças: “Digamos, assim, que estamos largados. A empresa de ônibus parece que não dá muita atenção”. O mesmo problema acontece nos pontos da avenida Anchieta e da rua Djalma da Silva Coimbra, distantes 110 metros um do outro; alguns moradores esperam na rotatória. Quem decide esperar em um dos pontos, acaba indo para o outro devido a demora, como fez o aposentado Nilton Oscar Gomes, após aproximadamente vinte minutos. “Você espera um [ônibus], não vem, tem que esperar em outro ponto para pegar. É revoltante. Tem que andar de bicicleta até na chuva para não pegar ônibus porque não tem condições”, disse. O problema já motivou uma indicação feita pela vereadora Valéria Bento (PMDB), recentemente reapresentada, na qual ela solicita que a logística seja alterada e dá uma sugestão para que os pontos sejam atendidos, por meio de um contorno. Ela afirma que não obteve resposta da prefeitura com relação às indicações, e adiantou que deve propor a realização de audiências públicas para discutir o transporte público coletivo na próxima sessão da Câmara. “Vou convocar a população. Quem sofre no dia a dia é que deve falar para a gente o que é melhor”, reforçou.
Os itinerários dos ônibus da linha municipal, a cargo da Viação Bertioga, são definidos conforme determinação da prefeitura. A Diretoria de Trânsito e Transporte afirmou que tomou conhecimento da situação, juntamente com a Comissão de Estudo e Análise do Transporte Coletivo Urbano de Bertioga (Ceat), e que deve ser realizado um estudo do itinerário para ver se há possibilidade de mudança. A prefeitura também informou que os itinerários foram elaborados em 2008, e que a atual gestão trabalha para adequar e atualizar alguns itinerários de acordo com as atuais necessidades, e lembra que o projeto de sistema integrado de transporte (SIT) está em fase de desenvolvimento. Os usuários de transporte público que quiserem solicitar alterações no sistema devem encaminhar a solicitação à Ceat para estudo da condição apresentada. Informações podem ser obtidas pelo telefone: (013) 3317 1999, com a Diretoria de Trânsito.
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