Moradores apontam falta de infraestrutura em imóveis da CDHU

Costa Norte
Publicado em 20/01/2014, às 08h10 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h13

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Por Antonio Pereira

A moradora Liliane Aparecida Brigida

O sonho da casa própria, realizado há pouco mais de um mês por moradores de área de mangue em Bertioga, deu lugar a pinturas inacabadas, infiltrações, torneiras secas e, até mesmo, à ausência de energia elétrica. A reclamação é de parte dos moradores das 71 casas populares construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), no bairro Vicente de Carvalho. Os compradores começaram a ocupar as residências a partir do último dia 6, mas, ao diante das condições do imóvel, viram-se em duas situações: a de ocupar um bem inacabado ou correr o risco de ficar sem o transporte da mudança. Consultada, a CDHU informou estar tomando providências e que os casos devem ser analisados individualmente. Para a empregada doméstica Liliane Aparecida Brígida, que ficou literalmente debaixo d’água durante o temporal que atingiu a cidade na quinta-feira (16), a CDHU deixou a desejar por conta da água da rua, que entra em sua casa pelos ralos da área de serviço. “Eu e meus filhos viemos para essa casa há menos de uma semana e, logo na primeira chuva, a casa inundou. Perdi alguns móveis, e só não perdi mais porque os vizinhos me ajudaram. Nós pagamos R$ 101,00 por mês para nada”, disse. Já outra moradora, a dona de casa Tatiane Pereira da Silva, considera que os problemas foram além da chuva. “Eu mesma mudei às pressas, sem energia elétrica e com a casa ainda inacabada porque, se eu não viesse, teria perdido a mudança que a CDHU ofereceu. Mas, o pior de tudo é que eles me deram uma casa menor do que o prometido”. Assim como Tatiane, outras pessoas, que preferiram não se identificar porque uma assistente social teria pedido para não concederem entrevistas, informaram que a ocupação do imóvel deveria ser feita mesmo com ele inacabado porque, caso contrário, a empresa responsável não arcaria com o transporte da mudança. Nos imóveis, também foi possível ver rachaduras internas e externas, bem como restos de argamassa nas paredes e nos conduítes. Com o transporte dos bens agendado para sexta-feira (17), o ajudante geral Francisco Alcides dos Santos optou por perder o auxílio da companhia, e só ir ao imóvel quando ele realmente tiver condições de ser ocupado. “O que está acontecendo é uma vergonha. Minha mudança era para ser feita essa semana, e nem torneiras e tomadas têm na casa. Isso é desumano, tenho certeza que as pessoas que falam para a gente ir para as casas têm um lugar bom e confortável para dormir”, afirmou.

Outro lado Para o diretor regional da CDHU na Baixada Santista Luiz Carlos Rachid, as críticas dos moradores devem ser analisadas caso a caso, porém, muitas delas já foram sanadas no próprio dia. “Caso o morador não queira mudar-se no dia agendado, é só nos procurar e remarcar uma nova data, não há problema. Quanto à água, o que aconteceu foi que a Sabesp encontrou varias ligações clandestinas no bairro, o que dificultou a pressão, mas essa situação, em breve, será resolvida, a exemplo da questão da luz e da pintura, uma vez que já fizemos contato com a Elektro e a Contracta (construtora responsável pela obra das casas)”, concluiu. A construtora também prometeu solucionar os problemas estruturais nos imóveis.

Contato Os moradores que tiverem dúvidas sobre as condições do imóvel ou do agendamento do transporte das mudanças podem se informar no escritório regional da CDHU, pelo telefone: (13) 2104-6900.

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