De 19 a 21 de abril, 160 indígenas, de quatro etnias das regiões Norte e Centro-Oeste do país, além da anfitriã Guarani, originária da Reserva Rio Silveira, de Boracéia, estarão na cidade para mostrar um pouco das belezas de suas culturas. Dança, música, rituais e artesanato indígena serão apresentados durante o Festival Nacional da Cultura Indígena 2013, realizado pela administração municipal, por meio da Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura, com apoio do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena (ITC).
Nesta edição do Festival Nacional da Cultura Indígena estarão presentes os Nambikwara, Paresi halíti e Waurá, do Mato Grosso, e Kanela Rãkakomekra, do Maranhão. Além das apresentações das tradições, usos e costumes das cinco etnias, o evento conta com o Fórum Social Indígena e feira de artesanato no Parque dos Tupiniquins (centro). Será montada uma tenda na Praça de Eventos, ao lado do Parque dos Tupiniquins, com arquibancada para o público, onde acontecerão as apresentações e cerimônias. Para o prefeito Mauro Orlandini, o Festival Nacional da Cultura Indígena promove o congraçamento com os povos indígenas e a discussão de questões que envolvem o tema. “A forma como eles vivem em suas comunidades também nos ensina muito sobre o respeito ao outro e ao meio ambiente”. No ano passado, mais de cinco mil pessoas compareceram à abertura do evento e a expectativa dos organizadores é de que este ano esse número seja superado.
As etnias
Guarani - Também conhecidos como Ava-Chiripa, Ava-Guarani, Xiripa ou Tupi-Guarani, é considerado um dos povos mais populosos do Brasil, somando mais de 30 mil índios. Em Bertioga estão na reserva indígena Ribeirão Silveira, na divisa com o município de São Sebastião, mas existem reservas espalhadas por todo país. Os guarani vivem basicamente da agricultura, por meio do plantio do arroz, da mandioca, entre outros alimentos. Suas danças, cantos e rituais são direcionados ao Deus Tupã, pedindo proteção às pessoas e à natureza.
Nambikwara - Aldeia Sapezal - Famosos na história da etnologia brasileira por terem sido contatados “oficialmente” pelo Marechal Rondon e por terem sido estudados pelo renomado antropólogo Claude Lévi-Strauss, os Nambiquara vivem hoje em pequenas aldeias, nas altas cabeceiras dos rios Juruena e Guaporé. Habitam tanto o cerrado, quanto a floresta amazônica e as áreas de transição entre esses dois ecossistemas. Os Nambiquara, no passado, ocuparam uma extensa região e se caracterizaram pela mobilidade espacial.
Paresi halíti – Aldeias - Campo Novo do Paresi - Os paresí têm uma antiga história de contato com os não-índios. As primeiras referências feitas a eles datam do fim do século XVII e, desde então, o contato foi se intensificando e gerando consequências muitas vezes devastadoras para o povo. Atualmente, os paresí mostram-se preocupados em manter seus costumes e com a recuperação de outros aspectos que consideram importantes para a manutenção das suas práticas socioculturais.
Kanela Ramkokamekra - Aldeia Escalvaldo - Canela é o nome pelo qual ficaram conhecidos dois grupos Timbira: os ramkokamekrá e os apanyekrá. Até a década de 1940, os ramkokamekrá tinham menor contato com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas do que os apanyekrá. Depois disso, a situação inverteu-se. Atualmente, os grupos têm sofrido uma forte interferência por parte de outros grupos indígenas. Em contrapartida, têm procurado manter a autonomia de suas atividades produtivas e vida cultural, expressa por uma complexa vida ritual, práticas xamânicas e intrincada organização social.
Waurá - Aldeia Alto Xingú - Habitantes do Parque Indígena do Xingu, os wauja são notórios pela singularidade de sua cerâmica, o grafismo de seus cestos, sua arte plumária e máscaras rituais. Além da riqueza de sua cultura material, esse povo possui uma complexa e fascinante mito-cosmologia, na qual os vínculos entre os animais, as coisas, os humanos e os seres extra-humanos permeiam sua concepção de mundo e são cruciais nas práticas de xamanismo.
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