Por Antonio Pereira
Cinco pessoas morreram na queda de uma aeronave em área de mata no bairro Sítio São João, em Bertioga, na manhã de sábado, 27. Marcelo Müller, neto e herdeiro do fundador da cachaça Pirassununga 51, a mulher Lumara Rocha de Passos Müller e a filha Georgia Passos Müller, de 2 anos, mais a babá Raquel Vilas Boas e o piloto Thiago Yamamoto seguiam de Guarujá para a capital, para onde a criança seria levada a um hospital, com suspeita de virose. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investiga as causas do acidente. De acordo com o major Virgílio Ferreira Novais, do 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), órgão vinculado ao Cenipa, boa parte da aeronave foi destruída após a queda, o que dificultou os trabalhos de remoção dos corpos e dos pertences, concluídos apenas no dia seguinte. Ele explicou: "Com o fogo na hora do impacto, sobrou pouca coisa do helicóptero. Levaremos o que foi recolhido para São Paulo e também para São José dos Campos, para que testes possam ser realizados". O reconhecimento dos corpos foi feito no próprio local, por ocasião do encontro de uma mochila com os documentos da família Müller. Os demais ocupantes foram identificados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para a dona de casa Lúcia dos Santos Silva, moradora do bairro, tudo foi muito rápido, desde a queda até a chegada do Corpo de Bombeiros. “Eu estava em casa tomando café e vi o helicóptero girando e, de repente, meu marido veio para a cozinha dizendo que tinha caído. É uma pena pelas famílias”, lamentou. Também morador do bairro, o aposentado Francisco José Batista não viu o helicóptero caindo, mas foi até o local e o avistou ainda em chamas. Ele disse: “Eu ouvi o barulho da queda e fui ver o que tinha acontecido. Quando cheguei, me deparei com os corpos e os destroços”. Segundo o sargento André Vieira, responsável por conduzir o helicóptero Águia, da Polícia Militar, do mesmo modelo que o do acidente, não ventava forte no momento do acidente, mas a visibilidade não era a ideal. “Dava para guiar sem maiores complicações. Pode ter sido falha humana, mas não me parece provável, não era a melhor visibilidade, mas também não parecia a pior”. Esse não foi o primeiro acidente envolvendo o helicóptero de prefixo PT-HNC fabricado pela Helibrás, haja vista que um relatório emitido em julho de 2010 pelo Cenipa aponta que, em 4 de setembro de 2006, o helicóptero, ao pousar no pátio do estacionamento do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, colidiu o rotor principal, ao realizar o giro de cauda para parar, contra uma das pás de uma aeronave estacionada. O rotor principal é um sistema de asas que giram e que têm como funções básicas assegurar a sustentação e propulsão do helicóptero, além de permitir a pilotagem da aeronave em torno do centro de gravidade e ao longo de uma trajetória do espaço aéreo. Em consulta à matrícula no site da Anac, a situação de aeronavegabilidade do HB 350 B constava como normal até o acidente de sábado; a data de validade da última vistoria expiraria em 11 de fevereiro de 2015. A quantidade de tripulantes também estava dentro do limite máximo de cinco passageiros. Ninguém em terra ficou ferido.
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