Por Fernanda Mello
Uma aula de treinamento funcional pode ser bem variadaApesar de os movimentos do programa não serem novidade - agachar, avançar, abaixar, puxar, empurrar, levantar e girar -, a proposta de exercitar todas as habilidades físicas do ser humano é mais recente. Atribui-se sua criação ao americano Paul Chek, do Instituto Chek, há cerca de 20 anos, quando desenvolveu um sistema de treinamento focado nos movimentos do homem primitivo e que são executados também no cotidiano do homem contemporâneo. Com isso, o funcional visa a promoção da saúde, a aptidão física em alguma outra modalidade esportiva e evita lesões musculares por má postura ou por falha no movimento. No entanto, ele tem se destacado por preparar as pessoas para os movimentos da vida diária: andar, correr, carregar as compras do mercado e por aí vai. A modalidade proporciona energia, força, flexibilidade, potência, velocidade, coordenação, equilíbrio, e melhora a resistência cardíaca e respiratória. Para os educadores físicos e técnicos adeptos, a grande vantagem do funcional é que dele podem se beneficiar da criança ao idoso, incluindo os atletas de alto rendimento. A especialista em treinamento desportivo e funcional Aline Cristina Alegro, da Surfuncional, localizada em São Lourenço, define: "É funcional porque reabilita as funções do corpo. Desafia todas as capacidades físicas, como equilíbrio, agilidade, coordenação, força, entre outras, num mesmo treino. Trabalha o corpo como um todo, exige concentração e foco, resultando em prevenção de lesões no dia a dia e melhora o desempenho esportivo de qualquer indivíduo rapidamente." Diferente da musculação, uma aula de treinamento funcional pode ser bem variada. Com a proposta de exercitar várias habilidades físicas, o treino contém movimentos de diversas modalidades, como levantamento de peso, ginástica olímpica e corrida ou caminhada. Os equipamentos – bola, prancha de equilíbrio, barra suspensa, argola, elástico e pesos, entre outros – garantem a diversidade e combatem a monotonia, uma queixa comum dos praticantes da musculação. Essa variedade, Wellington Loura, 31 anos, buscou e encontrou no treinamento funcional que pratica há nove meses. “Acabei deixando a musculação, que, para mim, estava cansando. Achei o funcional mais completo e menos monótono. Cada treino se tornou um desafio a ser superado.” Há diferenças entre a musculação e o treinamento funcional, porém ambas as modalidades são positivas e benéficas segundo o objetivo do atleta e quando bem orientadas. A musculação oferece a hipertrofia (volume) muscular e ganho de força, enquanto o funcional leva ao ganho de força e também a equilíbrio, agilidade e condicionamento físico. A primeira trabalha os músculos de forma isolada e mais específica; o segundo propicia variedade de séries e exercita o corpo todo. Especialistas atribuem ainda ao treinamento funcional a perda de peso e prevenção de lesões. Praticante há quatro meses, a fisioterapeuta Ana Julia Graf Bologren, 28 anos, diz que conseguiu emagrecer, melhorar a postura e livrar-se das dores nos punhos e nos ombros decorrentes do trabalho. “Antes não tinha fôlego para correr atrás do meu filho. Agora, estou muito mais disposta. Até carregar as compras do mercado ficou mais fácil.” As aulas de treinamento funcional vão de duas a cinco vezes por semana, entre 50 minutos e uma hora de duração. Começam com aquecimento e terminam com alongamento. Como em qualquer exercício físico, o ideal é procurar o seu médico antes de iniciar a atividade e, depois, consultar um profissional capacitado em educação física para estabelecer o melhor programa de exercícios individual. A alimentação saudável e balanceada potencializa os efeitos da prática esportiva.
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