Cristina Peres, do projeto Clorofila, e João Nunes, artesão e fabricante de móveis e revestimentos de bambuO potencial de Bertioga para se transformar num pólo de produção e exportação de produtos manufaturados a partir do bambu foi um dos temas do programa ‘Praia Sustentável’, da rádio Praia FM – 106,1, de terça-feira (10), com a presença do artesão e fabricante de móveis e revestimentos do produto, João Nunes. O empresário ressaltou, inclusive, estar oferecendo cursos gratuitos com garantia de emprego em sua fábrica. “As pessoas interessadas podem trabalhar formalmente na fábrica ou ajudamos a montar pequenas oficinas para que se transformem em fornecedores da Nunes Bambu”, convidou. Ele explicou que toda a sua produção já está vendida e que não pode ampliar os pedidos por falta de pessoal qualificado, daí a iniciativa. Mistérios da planta Com mais de 20 anos de experiência no ramo, Nunes afirmou ter desenvolvido todo o maquinário para a produção de suas peças e revestimentos, além de pesquisar em parceria com agrônomos e chacareiros as espécies de bambu que melhor se adaptam ao nosso clima. “A maioria das espécies, inclusive, o bambu gigante chega na idade de corte em três anos e o plantio não é necessário, já que para cada bambu cortado nascem dois. Este é um dos mistérios da planta”. Construção Civil O novo conceito trabalhado por Nunes é a utilização do bambu na Construção Civil, substituindo a madeira e até mesmo o concreto, produzindo biocreto (concreto feito a partir da serragem do bambu). “Tenho feito parcerias com engenheiros e técnicos de todas as partes do mundo para difundir esta ideia da casa ecológica, que atacaria na raiz o desmatamento das florestas, sem prejuízo da qualidade e da resistência dos materiais” afirmou. Projeto Clorofila E, para falar de educação ambiental, a convidada foi Cristina Perez, coordenadora do projeto Clorofila, mantido pela Sobloco Construtora, idealizadora da Riviera de São Lourenço. Ela detalhou as ações das hortas comunitárias, implantadas em 20 escolas de Bertioga. Pelo programas, as crianças participam de todas as fases da produção do alimento, desde a semente aos cuidados com a terra, o cultivo e a preparação da comida. O reaproveitamento com receitas que utilizam cascas e talos, também é ensinado. Hortas comunitárias Outro destaque abordado foi a extensão deste conhecimento para 120 pais de alunos que frequentam oficinas de capacitação para a montagem de hortas comunitárias no quintal de suas próprias casas. “Além de difundir a alimentação saudável, o projeto contribui para a economia doméstica, já que a família poderá produzir uma parte dos alimentos que normalmente compraria no supermercado”, disse Cristina.