Entre a farda e o barco de pesca

Por Antonio Pereira

Everton Rodrigues tem escola policial em casa com pai e irmão da PM

Há quem diga que a profissão é perigosa; também há os que a admiram, vendo de fora. Outras pessoas, porém, veem o trabalho do policial militar dos dois modos e, inclusive, seguem o caminho do pai, e também entram para a polícia. A terceira situação descrita é vivida pelo soldado Elton Rodrigues de Melo de Souza, de 28 anos, que, há três anos, espelhou-se no pai, o cabo Elson Santos de Souza, 50, tanto na conduta pessoal quanto na profissional, para entrar na corporação. “Apesar de ser filho de um policial, eu nunca tive um grande encanto pela profissão, mas, quando tive que definir uma carreira, optei pelo exemplo que tenho em casa”, contou o filho que, quando criança, sonhava ser esportista ou trabalhar com artes. Ele ‘disse que a escolha não teve grande influência do pai, que, por outro lado, reforça a importância dos valores pessoais que sempre passou ao filho, muitos deles básicos, pregados na própria PM (Polícia Militar). “O importante é respeitar as pessoas, manter um bom ciclo de amizades e ter uma conduta honesta”, disse o cabo Elson, na corporação desde 1986, sempre trabalhando em Bertioga. O cabo também conta sempre ter apoiado a decisão do filho em querer trabalhar na área da segurança pública, mas reforça que sequer ajudou o filho a entrar na PM. “Existe um processo seletivo e não tem como dar uma ajudinha, como algumas pessoas pensam.” Por serem da mesma família, Elson e Elton não podem trabalhar no mesmo setor dentro da corporação. Enquanto o filho trabalha com rádio-patrulhamento, o pai atua na Força Tática. No domingo, a família Melo de Souza estará reunida, sem fardamento, ao filho mais novo Everton Rodrigues de Melo de Souza, de 15 anos, para saborear um prato-surpresa preparado carinhosamente pela mãe Maria Valdenora, mais conhecida como Valda. Quando o assunto é a escolha da carreira de Everton, pai e irmão são seguros ao dizerem que ele é livre para fazer suas escolhas, inclusive, se optar pela PM. Os filhos ainda escondem o presente que darão ao pai, mas desejam um feliz Dia dos Pais repleto de histórias, belos presentes e muita união para todas as famílias do Brasil.

Tipicamente caiçara Outro pai, também morador de Bertioga, mais precisamente há 37 anos, o pescador Áureo Gonzaga Rodrigues, de 62 anos, tem dois filhos, Júnior, de 27, e Auda, de 30 anos, e já é avô por parte da filha, com duas netas, uma de sete e outra de um aninho. O pescador também ressalta o aprendizado profissional passado para a cria caçula. “Hoje, o meu filho tem o barco dele e, inclusive, já está no mar me esperando, mas o que ele aprendeu foi no meu barco, comigo, e isso me orgulha muito”, contou ele, que vai ao mar logo de manhã, atrás de peixes tradicionais da cidade, como a tainha e o robalo. Brincalhão, Rodrigues se diz melhor pescador que o filho. “No meu tempo, nós tínhamos mais peixes, então, o barco voltava sempre cheio, hoje é mais difícil, até por conta da poluição trazida pela dragagem do porto de Santos, o que faz o Júnior não pescar um terço do que eu pescava”, contou ele, que deseja a todos um feliz Dia dos Pais.

Hospital Municipal terá horário de visita a internados ampliado no Dia dos Pais Para celebrar o Dia dos Pais, neste ano comemorado em 11 de agosto, a Comissão de Humanização do Hospital Bertioga - FuABC programou atividades especiais para os pacientes cujos, pais ou filhos encontram-se internados no hospital. Com objetivo de reforçar os vínculos afetivos e familiares, excepcionalmente no domingo do Dia dos Pais, o horário de visita à enfermaria, pediatria e maternidade será ampliado. Os amigos e familiares dos pacientes poderão visitá-los das 14 às 17 horas. Normalmente, a unidade permanece aberta das 14h às 15h. Já no caso dos recém-papais, cujos filhos estão na maternidade, a visita permanece estendida, diariamente, das 7h às 19h.