Consumidores aderem à campanha para substituição de sacolas plásticas

Costa Norte
Publicado em 28/01/2012, às 04h19 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h33

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Por Ana Cláudia Gomes

Apesar de ainda não estar em vigor em Bertioga a lei que determina a substituição de sacolas plásticas por embalagens retornáveis ou biodegradáveis, desde esta quarta-feira (25), os principais supermercados da cidade aderiram a campanha ‘Vamos tirar o planeta do sufoco?’. A data também marcou a adesão para banir o uso do produto no Estado de SP, após o governo estadual fechar acordo com a Apas (Associação Paulista de Supermercados). Com a campanha, as sacolas plásticas deixaram de ser disponibilizadas gratuitamente nos comércios. A opção para o consumidor agora é pagar pelas embalagens biodegradáveis ou então trazer de casa uma reutilizável.

A justificativa para a mudança de hábito, apresentada no acordo firmado entre a Apas e o Governo do Estado é que as sacolas plásticas poluem o meio ambiente, uma vez que são derivadas de petróleo e levam cerca de 100 anos para se decompor. Em Bertioga, os principais supermercados aderiram à campanha e tiraram dos caixas as tradicionais “sacolinhas”.

Ecobags

Com a medida, cerca de 10 mil sacolas deixaram de ser distribuídas nas duas lojas da Rede de Supermercados Caçula, conforme explicou a proprietária, Fernanda Martinez. “É uma forma de ajudar o planeta, por isso, aderimos”, afirmou.

As 2 lojas disponibilizam sacolas retornáveis, as chamadas ecobags, que custam em média R$ 2, e as sacolas biodegradáveis, ao custo de R$ 0,19. “A ideia da campanha é que as pessoas utilizem as ecobags, não queremos ficar vendendo sacolas biodegradáveis. Essa foi uma medida temporária, para que as pessoas tenham uma opção na hora da compra, até total adaptação”, explicou Fernanda.

Saco de lixo

Mas nem todo mundo concorda com a medida. Para a auxiliar administrativa, Roseli de Souza, que teve que incluir nas compras uma sacola retornável, ainda vão restar no meio ambiente os sacos de lixo e os saquinhos plásticos. “Não vai adiantar muito”, reclamou. Ela ainda se queixou da venda das sacolas biodegradáveis. “Acho que deveriam ser gratuitas, como eram as outras”.

Antigamente

A dona de casa Taísa Badaró já utilizava as sacolas retornáveis, mesmo antes da proibição das sacolas plásticas. “Tenho 4 em casa e carrego sempre comigo”, afirmou ela, que nesta quinta (26) havia acabado de colocar suas compras em uma caixa de papelão. “Mesmo na caixa é muito fácil carregar. Antigamente não existia sacola plástica e sempre carregamos nossas compras”, lembrou.

Alternativa

Antes mesmo da medida, o aposentado Wey Coelho, já utilizava uma alternativa ambientalmente correta na hora das compras: uma caixa de plástico, adaptada em um carrinho, totalmente dobrável. “Comprei por R$ 40, mas agora o valor subiu para R$ 100”, comentou. Ainda assim, para ele vale à pena. “Estamos colaborando com o meio ambiente e isso é muito bom”, disse.

Adaptação

No Krill supermercados, cerca de 6 mil sacolas plásticas deixarão de ser disponibilizadas por dia, de acordo com o sub-gerente da rede, Carlos Eduardo Martins. “As pessoas estão aderindo, mesmo porque, não estamos disponibilizando mais as sacolas. Acredito que a adaptação deve levar cerca de um mês”, previu.

Condema

O Condema (Conselho de Meio Ambiente) de Bertioga aprovou, em agosto de 2010, o texto da lei que determina a substituição das sacolas plásticas por embalagens retornáveis ou biodegradáveis. O projeto foi protocolado no Legislativo, mas retirado de tramitação, a pedido do Executivo, “para reavaliação de competência”. De acordo com informações da prefeitura, a retirada foi em consenso com o Legislativo e o projeto será reapresentado oportunamente. O Conselho realiza reunião ordinária na próxima terça-feira (31), às 9h, no Paço Municipal, e um dos assuntos da pauta é exatamente o uso das sacolinhas plásticas.

Dica: No site www.ambiente.sp.gov.br há vídeos explicando como fazer uma ecobag e saquinho de jornal para acondicionar o lixo da cozinha e do banheiro.

Saiba mais:

- Na Baixada Santista consome-se cerca de 98 milhões de sacolas descartáveis por mês;

- No Estado de SP, o consumo mensal é 2,4 bilhões ou 59 unidades por pessoa;

- O Brasil já produz mais de 500 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima das sacolas plásticas derivadas de petróleo), produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade, resultando na produção de 135 bilhões de sacolas.

- Os sacos de lixo pretos são recicláveis, já que são fabricados especificamente para essa finalidade.

- Feita de amido de milho, a sacola biodegradável se decompõe em até 2 anos pela ação de microorganismos. E em usina de compostagem, que decompõe lixo orgânico, o processo ocorre em 6 meses.

Fontes: Apas e SMA

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