Conferência Municipal discute produção e destinação de lixo

Costa Norte
Publicado em 07/06/2013, às 19h33 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h01

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Por Antonio Pereira

Mais de 150 pessoas, entre autoridades e universitários, participaram do encontro

Produção e consumo sustentável; redução de impactos ambientais; educação ambiental; destinação de resíduos sólidos e geração de empregos foram os temas que ditaram a programação da Conferência Municipal de Meio Ambiente de Bertioga, realizada de terça-feira (4) à quinta-feira (6), nas instalações da Faculdade Bertioga (Fabe). Na segunda-feira, as autoridades municipais, representantes de órgãos e empresas ligadas ao tema foram a campo em um passeio pelo rio Itapanhaú a bordo do barco-escola Arca do Saber. Segundo o coordenador da etapa estadual da conferência, Sanenari Oshiro, assessor do programa estadual Município Verde Azul, Bertioga sai na frente de outras cidades, sendo uma das primeiras, em todo o estado, a discutir a destinação de resíduos sólidos. “Já estive em outras três conferências municipais no interior de São Paulo, e Bertioga é a primeira cidade do litoral a trazer essa discussão. Nosso estado está bem adiantado nessa questão, principalmente, por substituir os lixões pelos aterros sanitários”, explica Oshiro. Recente levantamento realizado por especialistas da Cetesb registra que 53 municípios do estado de São Paulo ainda apresentam seus aterros em situação inadequada, mas houve uma queda considerável em comparação ao inventário de 2007, que apontou 137 cidades. Este número deve diminuir ainda mais, já que 11 desses 53 municípios já evoluíram na operação dos seus aterros em 2009. Até o final deste ano, a secretaria estadual de Meio Ambiente deverá interditar os aterros que estiverem em situação inadequada. A chefe de seção de educação ambiental da secretaria de Meio Ambiente de Bertioga, Maria de Carvalho Tereza, falou sobre o consumo e a produção de lixo ao longo dos anos. Ela fez uma explanação sobre a importância da reciclagem, mostrando como a produção de lixo cresceu desde a era nômade. “Através da coleta seletiva, é possível transformar o lixo urbano em uma grande fonte de renda; ajudar a aumentar a vida útil dos aterros sanitários e reduzir os gastos do município com a limpeza da cidade”. O coordenador de meio ambiente da Terracom, o engenheiro Antonio Melo Neto, falou sobre a importância do “aterro terrestre”, único aterro sanitário da Baixada Santista, construído em Santos, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, próximo à divisa com Guarujá. Desde 2002, o local recebe todo o lixo das cidades da região, com exceção de Peruíbe, que ainda mantém um lixão municipal. “O Terrestre começou a ser implantado com a proposta de profissionalizar o trabalho com o lixo. Hoje, mais de dez anos após o início do trabalho, temos uma realidade diferente, sem famílias que vivem do recolhimento clandestino. Nosso trabalho é desenvolvido com todos os cuidados necessários com os profissionais e com o meio ambiente, o que diferencia de fato o aterro de um lixão”, afirma.

Bertioga Conforme dados da Terracom, 26.288 mil toneladas de lixo foram retiradas de Bertioga durante todo o ano de 2012, enquanto em Santos, por exemplo, são retiradas, em média, 18 mil toneladas por mês, o que totaliza 216 mil toneladas por ano. “Em Bertioga, temos um investimento maior com pessoal e com combustível nos veículos somente pela distância, enquanto em Santos, onde as distâncias são menores, a quantidade de material recolhido é muito maior”, explica Neto. A média de lixo diário por pessoa é de 1,2 kg, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Vale lembrar que, segundo o último censo, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2010, a população de Bertioga era de 47.645 pessoas, enquanto Santos tinha 419.400 habitantes. Presente ao evento, o prefeito Mauro Orlandini, que, inclusive, atuou como mediador entre estudantes e empresários, lembrou aspectos de sua segunda gestão no município. “Quando assumi pela segunda vez, fui a uma reunião, junto com outros prefeitos, na Alemanha para conhecer como era o tratamento de lixo naquele país. Instalei no município ações ambientais, como o Viveiro de Plantas, que é um orgulho para a gente. Pelo quarto ano consecutivo, estamos recebendo a certificação Município Verde Azul, que é uma grande conquista”, disse Orlandini.

Em outubro A 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente acontecerá em Brasília (DF), entre os dias 24 e 26 de outubro, e abordará assuntos de produção e consumo sustentáveis; redução dos impactos ambientais, e geração de emprego e renda, todos inseridos na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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