Comerciantes e moradores do Vista Linda protestam contra obra na Rio-Santos

Costa Norte
Publicado em 17/04/2014, às 17h50 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h17

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Por Mayumi Kitamura

População queimou pneus e bloqueou parcialmente a via

Inconformado com a instalação de um muro de contenção em um trecho da rodovia Rio-Santos, entre os quilômetros 215 e 218, um grupo de comerciantes e moradores do bairro da Vista Linda bloqueou parcialmente a via, na altura da avenida Eng.º Arq.º Eduardo Corrêa da Costa Júnior, na noite da terça-feira, 15. O protesto teve a participação de aproximadamente cem pessoas e durou cerca de duas horas, mesmo debaixo de chuva. A reclamação dos manifestantes é quanto ao acesso de veículos ao bairro, já que a distância do próximo trevo é estimada em seis quilômetros. Comerciante da região do ramo de materiais para construção, Cleomir Cordeiro afirmou que os empresários não foram ouvidos, muito menos os moradores. Ele disse ter tido conhecimento de uma reunião, no dia anterior, entre cinco empresários e representantes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pela obra. O empresário afirmou que os demais comerciantes não foram procurados. “É um absurdo, simplesmente o DER vir, fechar a rodovia e não dar acesso às pessoas. Porque nós precisamos de acesso, tanto a sociedade quanto o comerciante; porque nós estamos nesta cidade para fazer ela crescer”, disse. Cordeiro afirmou que a única coisa que os manifestantes pedem é que a rodovia não seja fechada enquanto não tenha “uma marginal decente para todos se locomoverem”. Edilton Ferreira de Carvalho, morador do bairro há seis anos, acredita que todos os serviços emergenciais serão prejudicados com a medida. “Se precisar prender um ladrão aqui, como vai fazer? Vai pular por cima com um carro? Tem que fazer o retorno lá no condomínio Hanga Roa. Uma ambulância mesmo, se tiver uma pessoa passando mal na beirada da pista, vai ter que trafegar quase seis quilômetros. E a pessoa morre por quê? Falta de responsabilidade deles”, disse. A manifestação ocorreu no mesmo dia da sessão da Câmara Municipal e, no plenário, os vereadores comentaram a situação. O vereador Alfonso Dari Weiland, o Alemão (PROS), lembrou que no projeto de duplicação da Rio-Santos “que acabou tendo uma reforma mal e porcamente feita”, alguns comércios do Guaratuba fecharam e a própria duplicação acabou não acontecendo. “Este comércio local não pode ficar prejudicado, sem falar na questão das pessoas que se utilizam da Rio-Santos na travessia de pedestres, dos constantes acidentes que vêm ocorrendo. Então eu acho que precisa ter um planejamento e uma exposição à população”, comentou o vereador. Por meio de nota, o DER informou que as barreiras de concreto implantadas no meio da pista SP-055 têm como objetivo impedir conversões proibidas, “garantindo melhores condições de segurança aos motoristas e usuários do trecho”, e que são previstas duas passagens de pedestres para o local, sendo que uma já foi concluída, e a outra, que dá acesso a uma escola, está em fase de finalização. O DER ainda ressaltou que o projeto foi desenvolvido em parceria com a prefeitura e que as obras, iniciadas em outubro de 2012, devem ser concluídas entre o final de abril e o começo de maio deste ano. O investimento é de R$ 4,3 milhões. Segundo a nota, o DER informou que a implantação das alças de acesso ao futuro terminal rodoviário municipal está sendo preparada, e que estas obras devem ser realizadas pela prefeitura de Bertioga. Na tarde seguinte à manifestação, uma comissão formada por moradores e comerciantes reuniu-se com o prefeito Mauro Orlandini, com o secretário de Obras José Marcelo Ferreira Marques e com vereadores para apresentar sua reivindicação. De acordo com o empresário Cleomir Cordeiro, presente no encontro, todos os pontos apresentados pela comissão foram ouvidos e deverão ser expostos em uma reunião entre a prefeitura e o DER, que se comprometeu, até lá, a paralisar a obra. O encontro está previsto para a quarta-feira, 30.

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