Com receio de explosões, comércios desativam caixas eletrônicos

Costa Norte
Publicado em 15/07/2011, às 16h44 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h19

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O que era um serviço a mais para os clientes de estabelecimentos comerciais de Bertioga se tornou um foco de insegurança. Os ATMs (do inglês Automatic Teller Machine), conhecidos como caixas eletrônicos 24h, instalados em alguns comércios da cidade, estão sendo desativados, a pedido dos próprios comerciantes. A medida ocorre em virtude da preocupação com a ação de ladrões que tentam violar os equipamentos com explosivos, como vem ocorrendo em todo o Brasil.

Os comerciantes do município afirmam que o objetivo é se prevenir de possíveis ataques, já que não ocorreram casos em Bertioga. Não existe um prazo para que os equipamentos sejam reativados.

Casos

“Já vimos casos em Caraguatatuba, Taubaté e ficamos preocupados. Por isso, pedimos para desativar e fomos atendidos prontamente”, afirmou Ângela Valls, a gerente do Posto Albatroz, mais conhecido como ‘BR’ e onde funcionava um caixa eletrônico compartilhado por vários bancos, em uma loja de conveniência. O tipo de comércio que ela gerencia é uma preocupação maior. “Estamos em uma atmosfera explosiva, por causa da gasolina, não podemos correr riscos”, avaliou.

Desativados

A desativação do caixa não prejudicou o movimento da loja, mas, Ângela lamenta: “Era um serviço a mais para os clientes”. O equipamento foi instalado na loja do posto mediante locação do espaço.

As duas lojas do Krill Supermercados – no Jardim Albatroz e em Boracéia – também contavam com caixas eletrônicos, que foram desativados, recentemente. O Caçula Supermercados foi outro estabelecimento a desativar o serviço em suas duas lojas (centro e Jardim Albatroz).

Instalação

Para a instalação dos terminais de auto-atendimento, as instituições financeiras e estabelecimentos comerciais fazem um contrato de locação ou de comodato que prevê a instalação e os lojistas recebem dos bancos para ter o caixa nas lojas.

De acordo com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), para combater os assaltos nas ATMs, o setor investiu em equipamentos robustos, com elevado grau de resistência, visando aumentar a segurança dos mesmos. Entretanto, nos últimos meses, os assaltos e arrombamentos aos terminais de autoatendimento têm usado força desproporcional, com armamentos pesados, de elevado poder de destruição, inclusive explosivos. 

Preocupação

Em nota, a Febraban lamenta que a situação tenha chegado ao ponto de a população correr o risco de ser privada de um serviço dessa importância. A onda de ataques a caixas eletrônicos é motivo de grave preocupação para a Federação e para os bancos associados, assegura a Febraban.

Tecban

A Tecban (Tecnologia dos Bancos), que é a responsável pela administração dos equipamentos também foi consultada pela reportagem, já que o órgão controla a quantidade de caixas eletrônicos que os municípios e o Estado de SP possuem. Até às 19h desta sexta-feira (15), porém, não houve retorno do pedido de informação.

Números

No Brasil há 150 mil caixas eletrônicos (incluindo as máquinas dentro de agências bancárias) Desse total, 46,5 mil são pontos de atendimento com máquinas de ATMs, instalados fora das agências. O número representa quase 1/3 do total de pontos de atendimento bancário no país.

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