Por Ana Cláudia Gomes
Distante 30km do centro administrativo de Bertioga, a comunidade de Boracéia sofre com a falta de atendimento por parte da municipalidade e dificuldade para reivindicar melhorias para o bairro. Os moradores pedem maior atenção e solicitam uma base da prefeitura no local. Irene da Costa Carvalho, que mora na localidade conhecida como Chácara 52, no final da rua Deputado Emílio Justo, uma área com mais 12 famílias, reclama que para solicitar serviços precisa se deslocar até o centro da cidade. “Mesmo assim, esse local é esquecido. A máquina passa na rua somente até a linha de transmissão, não tem iluminação, nem coleta de lixo e as valas não são limpas”, afirma. Outra questão reclamada pela comunidade é a falta de atendimento das ambulâncias e “Quando ligamos, dizem que a ambulância não pode vir até o final da rua”. A distância da rede pública também é lembrada, já para ir à escola, as crianças precisam andar cerca de 1,5km. Para os moradores, a implantação de uma administração regional facilitaria o atendimento.
Administração regional O secretário de Administração e Finanças da prefeitura de Bertioga, Francisco José Rocha, em entrevista ao JCN (Jornal Costa Norte), falou sobre o processo de Reforma Administrativa que está sendo elaborado, que incluirá alteração de secretarias e adiantou que Boracéia poderá receber uma subprefeitura. “O bairro terá todos os serviços que existem no centro, devido ao contingente populacional. Mas isso depende de criar um espaço, alocar equipamentos e funcionários”, comentou, sem informar o prazo para sua implantação. Ele acredita que o Espaço Cidadão Boracéia, que funcionará a partir de maio no bairro, pode oferecer parte dos serviços para os moradores. A reportagem do JCN entrou em contato com a prefeitura para obter informações sobre as demais reivindicações da comunidade, entretanto, até a tarde desta sexta-feira (09) não houve resposta.
PERB A instalação de uma placa informando que a localidade está inserida na área do PERB (Parque Estadual Restinga de Bertioga), criado recentemente, deixou os moradores ainda mais preocupados. A gleba seria de propriedade de Abraão José de Souza, que afirma ter conseguido desmembrar parte de área. Segundo ele, são 17 mil m² no total, que passam por desmembramento desde 2005. “Agora fui informado de que está tudo congelado e não posso fazer mais nada porque é área do parque”, comentou. O gestor do PERB, Carlos Sérgio Santos, por sua vez, diz que “toda a área que fica depois da linha de transmissão faz parte do Parque”. Ele lembra que na 1ª proposta a área teria ficado de fora, entretanto, nas tratativas posteriores, foi incluída. Segundo o gestor, o Governo do Estado irá indenizar todas as famílias que estiverem na área do Parque, desde que tenham escritura do imóvel. “Não existe uma previsão de quando isso irá acontecer”. O Conselho Consultivo do PERB criou várias Câmaras Temáticas, conforme explicou Santos, entre elas a de Assuntos Fundiários, onde essas questões serão tratadas. Segundo ele, os membros dessa Câmara estudam a possibilidade de utilizar o Programa Estadual Serra do Mar para solucionar o problema habitacional na área. “O Parque não está em área da Serra do Mar, mas como é limítrofe e forma um contínuo, pode ser uma solução”, previu o gestor. O programa consiste em transferir famílias que vivem em área de risco ou de preservação na Serra do Mar para projetos habitacionais urbanos.
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