Centro de Convivência mostra que idosos têm muito para ensinar

Por Maria Paula

O Centro de Convivência do Idoso Zeferino Orlandini, localizado na Vila Itapanhaú, em Bertioga, chega ao seu 3º ano de atendimento, com o registro de 406 inscritos da Terceira Idade e mais 150 envolvidos diretamente no projeto. Dentro do espaço, várias oficinas de artesanato são aplicadas e desenvolvidas pelos próprios idosos. Eles participam ainda de saraus, viagens de curta duração por cidades dentro do Estado e também recebem atendimento de dois enfermeiros, consultas de fisioterapia, aulas de alongamento e com artistas plásticos, entre outras atividades monitoradas por profissionais contratados pelo município. O projeto ‘Vovô Ensina’, inserido no atendimento, vem mostrando que o idoso tem muito para ensinar. A coordenadora do espaço, Elizabete Teixeira conta que a casa tem revelado grandes talentos. “Cada um tem um talento e muitos idosos estão aprendendo agora, aquilo que ao longo da vida não tiveram oportunidade”, disse Elisabete.

Troca O ‘Vovô Ensina’ também foi estendido às crianças da Casa de Apoio da cidade e vem funcionando desde maio passado. “É uma troca, porque os idosos têm a oportunidade de conviver com crianças”, explica a coordenadora.

Oficinas O Centro de Convivência oferece oficinas de artesanato voltadas para a construção de bijuterias, relógios de vinil, bordados, crochê, decoupage, pedraria, bonecas de pano, entre outros objetos. Mensalmente, o Centro faz um sarau para comemorar o aniversariante do mês e a festa fica por conta dos próprios idosos que declamam poesias, apresentam coreografias de dança e mostram que a idade não é empecilho para quem busca novas fontes de vida. “Para essas oficinas, a demanda que vier eu consigo atender. Todo dia tem oficina, tanto na parte da manhã quanto a tarde”, explica a coordenadora referindo-se a novas vagas.

Cafezinho O Centro de Convivência também conta com uma sala de estar, com TV, onde recebe o pessoal da Terceira Idade que precisa de entretenimento. “Eles podem vir para tomar um cafezinho com a gente e entre uma oficina e outra podem almoçar conosco. Podem participar como quiserem”. A professora de artesanato, Jesuína Aparecida Soares, explica que o início das atividades para muitas vovós era desconfortável por conta de doenças nas articulações, mas com a prática na confecção de artesanatos muitas já não reclamam mais. “Eu fico orgulhosa com o trabalho que elas conseguem fazer”, finaliza a professora Jê, como é chamada na casa.

Rede social A aluna Maria Luiza veio de São Paulo e participa de todas as atividades do Centro. A principal dela é ensinar a fazer crochê. “Eu sou a vovó que ensina e aprende. Aqui a gente mais recebe do que doa. Esse lugar mudou muito a minha vida porque sofria um pouco de depressão e agora quase não fico em casa”, afirmou. Na opinião da coordenadora do Centro, o trabalho feito com os idosos trata a promoção da saúde mental por meio das atividades de raciocínio. “Eles não têm depressão porque não ficam em casa isolados e aqui existe a possibilidade de estabelecer uma nova rede social, além da roda de conversa com a psicóloga, que acontece todas as sextas-feiras”, avalia Elizabete.

Para o Natal O Centro de Convivência deverá ser todo decorado com motivos natalinos para receber, a partir de 1º de dezembro, o público, em geral. Além do Papai Noel que vai estar presente, os visitantes ainda poderão assistir chorinhos e apresentação da orquestra sinfônica Petra, da Igreja Rocha Eterna, da cidade. A coordenadora Elizabete também afirmou estar preparando para o final deste ano uma exposição de fotografias, que contará com os idosos desde o início das atividades. O tema será a ‘Beleza da Terceira Idade de Bertioga’ e a mostra será exposta no Forte São João.

Excursões Ainda para este final de ano estão previstas viagens com os idosos para o Museu Cata Vento, da Língua Portuguesa; para a rua 25 de Março e o Mercado Municipal, todos na capital. As excursões são feitas em parceria com Aetub (Associação dos Estudantes de Bertioga) e tem apoio da empresa Breda Turismo, que fornece os ônibus para a viagem.

“É uma troca porque os idosos têm a oportunidade de conviver com crianças” coordenadora Elizabete Teixeira